domingo, 31 de maio de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


PROCURADOR QUE INQUIRIU LOPES DA MOTA ESTÁ COM ELE NO EUROJUST
José Eduardo Guerra foi o responsável por apurar se era verdadeira a notícia ligando Lopes da Mota a Fátima Felgueiras. Agora trabalham juntos.
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Expresso

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


MÚSICA CONTRA SÓCRATES VARRIDA DA RÁDIO
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«Sem Eira nem Beira» só passou nas estações nacionais uma vez. Mas os directores das rádios negam qualquer censura.
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Expresso

VITALIDADES 8


Na teoria leninista, os sindicatos comunistas deviam ser 'correias de transmissão' do Partido. Entre nós, os sindicatos da Fenprof estão a ensaiar uma versão superior desse conceito, ao assumirem o papel de 'forças de comandos' para 'operações especiais' ao serviço do Partido.
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Vital Moreira, 'O Revisor da Matéria'
Causa Nossa - 10-10-2007

sábado, 30 de maio de 2009

VITALIDADES 7


O 1º DE ABRIL AINDA VEM LONGE!
«Durão Barroso nomeado para Nobel da Paz».
Deve ser por causa da cimeira dos Açores!...
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Vital Moreira, 'O Indignado'
Causa Nossa - 31.1.2008

sexta-feira, 29 de maio de 2009

TERREIRO DO PAÇO


ANTES QUE SEJA TARDE:
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PETIÇÃO
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POLUIÇÃO SONORA


QUEM JÁ NÃO POSSO OUVIR:
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Gouveia Barros, juiz relator da douta sentença do Tribunal da Relação de Guimarães que determinou que uma criança fique sujeita aos efeitos da cerveja e do vodka que a sua mãe biológica (ao que parece) consome em doses generosas.

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«O embaixador português em Dacar, António Montenegro, foi chamado a Lisboa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros por suspeitas de envolvimento numa rede de prostituição clandestina na capital do Senegal. De acordo com a Radio Futurs Médias (RFM) citada pelo Sen24heures.com, o embaixador é suspeito de ter transformado a embaixada num "lugar de deboche", fazendo desfilar jovens senegalesas no interior da representação diplomática, que também serviria de palco a "práticas de prostituição".»
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(Público)

VITALIDADES 6


«Seja como for, devo assegurar não ter quaisquer razões que me levem a duvidar da consistência das declarações que o Primeiro-Ministro José Sócrates proferiu a propósito do seu envolvimento no 'caso Freeport'.»
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Vital Moreira, o 'Apóstolo'
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Causa Nossa - 27-1-2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

UM IMENSO ADEUS


«Tenho pressa, porque penso que vou morrer, e então como posso ser paciente? Gostaria de escrever o livro que me amedronta, mas os meus dias, afinal grandes, são ameaçados pela esterilidade. Entre mim e eles estabece-se uma trocada e lenta indocilidade. Repugnam-me as casas largas, a cal devorada pela luz, as longas águas jaspeadas do rio. Há peste na cidade. Mas a peste não é apenas esta face ofuscante onde se confundem o poder e a delicadeza dos pensamentos. O lugar comporta as noites aparentes, plácidas, de que os dias vácuos são uma ambígua anunciação, onde o furor sensual empurra à embriaguez, a dramáticas alegrias:a exigência em atingir depressa os limites.»

VITALIDADES 5


«Passam hoje cinco anos sobre a 'cimeira dos Açores' que marca o início da guerra do Iraque.
Ainda há quem apoie a guerra e ache que a situação está a melhorar (também era difícil piorar...). Mas há coisas que não podem ser apagadas: a mentira da justificação da guerra (a inventona das 'armas de destruição maciça'), a violação do direito internacional (agressão injustificada), a invasão, destruição e ocupação do País, as dezenas de milhares de mortos, e milhões de deslocados e de refugiados, o agravamento do terrorismo.»
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Vital Moreira, o 'Anti-barrosista'
Causa Nossa - 16-3-2008

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O ESTADO DO CONSELHO 2


Tarde e a más horas, o homem demitiu-se.
É o momento de os amigos lhe manifestarem pública solidariedade e não se refugiarem num silêncio de ouro.

SOMBRA

EUGÉNIA MENDES

UM IMENSO ADEUS


«Não há debate político: nem sequer na televisão que cria um espaço artificial, com regras predeterminadas que limitam a espontaneidade das intervenções, o acaso, e a participação desse 'fora' que faz toda a riqueza da expressão pública. Nos jornais e na rádio, os debates confinam-se a trocas de opiniões e argumentos entre homens políticos, sempre de um partido, visto que no mundo da política não há lugar para independente, ou entre comentadores, pretensos 'opinion makers' que dialogam constantemente entre si, em círculo fechado. Muitos dos políticos são também comentadores, fazem o discurso e o metadiscurso, o que suscita um circuito abafador e redundante: sempre as mesmas vozes e a mesma escrita nos mesmos tons, com os mesmos argumentos, com o mesmo plano de sentido, como se as ideias políticas se reduzissem a um empirismo sociológico de estratégias partidárias.
Se a política é 'chata' em Portugal, se os portugueses estão 'fartos dos políticos', isso não se deve apenas à sua incompetência, mas também ao próprio universo do debate político em que nada de novo, de inovador, de diferente, de forte, de original e estimulante surge para abalar os espíritos.»

O ESTADO DO CONSELHO


Dias Loureiro não renuncia ao seu lugarzinho no Conselho de Estado. A legislação em vigor garante-lhe esse pequeno conforto, o que - parece - está a desconfortar os seus pares.
Pois bem, haja pragmatismo: altere-se a lei de modo a permitir a cooptação do banqueiro Oliveira e Costa para aquele órgão e melhorar, assim, o estado do Conselho.
Elementar, meus caros Watsons.

VITALIDADES 4


«A única surpresa do orçamento para 2009 é a subida das remunerações da função pública (2,9%), bem acima da inflação prevista (2,5%). Ano eleitoral 'oblige'. É pena.»
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Vital Moreira, o 'Racha-funcionário'
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Causa Nossa - 14-10-2008

terça-feira, 26 de maio de 2009

AS BRINCADEIRAS DOS JACKSONS

















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Jackson, o Michael, americano, comprou, com o dinheiro dos discos, um rancho, o famoso 'Neverland', onde, ao que consta, se diverte muito a brincar com pilinhas.
Jackson, o Kim, asiático, herdou do papá um rancho chamado 'Coreia do Norte' onde se diverte a brincar com mísseis.
Uma coisa têm em comum, para além do aspecto ridículo: o gosto pelos brinquedos fálicos.

VITALIDADES 3


«As 'Brigadas Brejnev' (como as designa um amigo meu) resolveram ontem fazer das suas na manifestação do 1º de Maio da CGTP, escolhendo-me como alvo das suas arruaças.»
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Vital Moreira, o Arrependido
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Causa Nossa, 2-5-2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

MEDICINA ELEITORAL


Assim, de repente, lembro-me de professores, funcionários públicos, médicos, enfermeiros, juizes, procuradores, polícias, guardas-republicanos, agricultores, membros das Forças Armadas.
Todos eles desenvolvem actividades em áreas que o governo socretino pretendeu 'reformar'. Todos se sentiram alvos da prepotência socretina que deixou bem claro, desde o início, que as 'reformas' seriam feitas CONTRA eles, com o argumento (legítimo, se houvesse seriedade) de sobrepor o interesse geral ao interesse corporativo.
No dia 7 de Junho, vamos ficar a conhecer os efeitos das 'reformas' na saúde de toda aquela gente, designadamente, no que respeita a memória e, sobretudo, à coluna vertebral.


UM IMENSO ADEUS


«Je me suis toujours considéré comme un homme de gauche. J'ai donc toujours donné au terme «gauche» une connotation positive, même maintenant, alors qu'elle est davantage contestée, et au terme «droite» une connotation négative, même si elle est aujourd'hui amplement réévaluée. La raison fondamentale pour laquelle j'ai pu avoir, à certaines époques de ma vie, un certain intérêt pour la politique, et éprouver sinon le devoir, le mot est trop ambitieux, l'exigence de m'occuper de politique et parfois, plus rarement, d'avoir una activité politique, a toujours été le malaise devant les énormes inégalités, aussi disproportionnées qu'injustifiées, entre riches et pauvres, entre ceux d'en haut et ceux d'en bas dans l'échelle sociale, entre ceux qui possèdent du pouvoir, c'est-à-dire la capacité de déterminer le comportement des autres (que ce soit dans la sphère économique, dans celle de la politique ou de l'idéologie), et ceux qui n'en possèdent pas.»

VITALIDADES 2


«Só uma imaginação fértil é que pode ver alguma contradição entre a minha referida posição e a do Sócrates, segundo a qual não há nenhuma razão para o Governo demitir Lopes da Mota.»
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VITAL MOREIRA, o Convertido
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(Causa Nossa - 15-5-2009)

domingo, 24 de maio de 2009

GRIPE SUÍNA





PREVENÇÃO EXAGERADA

VITALIDADES




«Autódromo do Algarve, ontem: a extraordinária sensação de uma velocidade nunca antes experimentada.»
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Vital Moreira, o deslumbrado.
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(Blogue 'Causa Nossa')
23-5-2009

sábado, 23 de maio de 2009

O ETERNO SOIXANTE-HUITARD

Conheço o género. Oh! se conheço...

CAMPEONATO NACIONAL DE FACA E ALGUIDAR




RESULTADO DA 1ª JORNADA DO CAMPEONATO NACIONAL DE FACA E ALGUIDAR



MARINHO 1 - MANUELA 0



sexta-feira, 22 de maio de 2009

CONFISSÃO


Por uma vez admito que o 'soit-disant' sr. engenheiro acertou (estou a escrever com a mão esquerda em concha diante dos olhos, naquele gesto universalmente aceite como sinal de vergonha de quem foi 'apanhado'). Paciência...
Acertou ao escolher o cabeça de lista socretino às 'Europeias'. O homem é um ortodoxo patológico: foi um ortodoxo cunhalista. Mudou. Virou socretino, mas mantém-se ortodoxo.
E, depois, o timbre de voz a lembrar o cura de Vilarinho do Bairro ou de Vilar de Maçada, também 'ajuda': cada vez que a criatura se exibe em debates televisivos, cresce exponencialmente a possibilidade da eleição de um segundo deputado do Bloco de Esquerda.
Boa escolha, sr. engenheiro (soit-disant).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

UM IMENSO ADEUS


«Limpidez sem transigências nem ilusões.» Eis uma locução que pode ajudar a definir o estofo de um estilo e a têmpera e o carácter de um homem que esteve envolvido em todas as batalhas do seu tempo. E recordá-lo e ao seu empreendimento cívico é compreender as recusas de um intelectual, para quem a política era uma disciplina da cultura, e a cultura a ética de uma construção colectiva.
(...)
Quando a honra e a honestidade quase passaram a ser delitos, quando a mentira e a velhacaria adquiriram carta de alforria, Piteira Santos manifestou a ideia segundo a qual um grupo de portugueses devia processar o governo por incumprimento de promessas. Não se rendia, não se vendia, não se demitia, não capitulava.
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(Do depoimento de Baptista-Bastos)

AJUSTE DE CONTAS


São quinhentas e setenta páginas que podem resumir-se a três linhas:
O 'Movimento dos Capitães' foi ele.
O '25 de Abril' foi ele.
O '25 de Novembro' foi ele.
O que poderia ser um documento importante transformou-se num ajuste de contas, por vezes indecoroso, com quase todos os outros protagonistas (excepção feita a Melo Antunes, com breves referências elogiosas, e a Carlos Fabião, com tolerância paternalista).
Um depoimento que vem dar razão aos historiadores que têm sérias reservas em relação à 'história oral'. Um dó.

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


quarta-feira, 20 de maio de 2009

MEMÓRIA


A assinatura de um protocolo de colaboração entre a Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! e a Câmara Municipal de Lisboa para a realização da exposição “A Voz das Vítimas”, no Aljube, para a feitura de Roteiros da Memória e para a produção de um Memorial às vítimas da PIDE, é o resultado de três anos e meio de esforços de centenas de activistas do NAM.
Sem a acção de protesto contra a transformação da ex-sede da PIDE em condomínio fechado, realizada em 5 de Outubro de 2005, junto daquele edifício, por um punhado de antifascistas, não se falaria hoje tanto na preservação da memória dos crimes da ditadura e da resistência antifascista. A entrega do edifício do Aljube à Câmara Municipal de Lisboa e o compromisso de ali instalar, em 2011, o tão desejado Museu da Resistência e da Liberdade, tem um alto significado para os ex-presos políticos, para os capitães de Abril e para todos os antifascistas.
A Direcção da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!, orgulhosa do protocolo alcançado, vem agradecer publicamente o papel primordial dos primeiros activistas do NAM, cujos nomes constam da acta da reunião fundadora do Movimento Cívico “Não apaguem a Memória!”, realizada em 8/10/2005, e, através deles, a todos quantos colaboraram, desde essa data, na luta pelo Museu da Resistência e da Liberdade. Sem eles, nada disto teria sido alcançado. Eis os seus nomes:
Ana Gaspar, Artur Pinto, Catarina Prista, Garcia Pereira, Henrique Sousa, João Almeida, Júlia Coutinho, Lúcia Esaguy, Maria Emília Neves, Marília Lopes Guerra, Martins Guerreiro, Villalobos Filipe e Vítor Santos.
Uma última palavra de apreço ao coronel Vasco Lourenço e à Associação 25 de Abril, pela disponibilidade manifestada para o funcionamento do NAM na sua sede durante um largo período.
A Direcção da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!
14 de Maio de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA



NOTA PARA A COMUNCIAÇÃO SOCIAL
(Da Procuradoria Geral da República)

Face às várias notícias que têm vindo a público sobre a intervenção daEurojust no chamado “Caso Freeport”, importa esclarecer o seguinte:

A investigação do “Caso Freeport” tem desde sempre sido conduzida, orientada e executada pelo Ministério Público e Órgãos de Polícia Criminal e nunca pela Eurojust, à qual não cabem, aliás, tais funções;

Desde que se iniciou o inquérito sobre as alegadas pressões, o Procurador-Geral da República deu instruções no sentido de todas as diligências necessárias e que impliquem a cooperação judiciária internacional passarem a ser efectuadas sem a intervenção da Eurojust, sendo utilizados outros canais igualmente adequados àquela cooperação;

Assim, a última reunião ocorrida no Reino Unido, no mês de Abril, entre o Ministério Público, os Órgãos de Polícia Criminal e os investigadores ingleses, foi já concretizada através do recurso a oficiais de contacto;

Saliente-se que a cooperação com as autoridades inglesas tem sido, nos últimos tempos, exemplar.

Lisboa, 20 de Maio de 2009

O Gabinete de Imprensa
Ana Lima

DE OUTROS


«O medo distorce as pessoas. Transforma-as. Corrompe-as. Isso tem implicações também na literatura. Há autores angolanos, hoje, que estão de tal forma amarrados a um passado complicado e que têm tanto medo de ofender o poder ou pessoas próximas do poder que comprometem a própria forma como escrevem.»
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JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
(LER)

terça-feira, 19 de maio de 2009

POLUIÇÃO SONORA


QUEM JÁ NÃO POSSO OUVIR:
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Cândida Almeida
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Marinho Pinto
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Alberto Martins
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Ricardo Rodrigues
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Augusto Santos Silva
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(Segue...)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE JORNALISMO


A revista 'Notícias Magazine', suplemento do 'Jornal de Notícias' e do 'Diário de Notícias' quis prestar, em período eleitoral, mais um servicinho ao 'soit-disant' sr. engenheiro. Para o efeito, disponibilizou dois jornalistas para acompanhar o 'soit-disant' sr. engenheiro durante dez horas.
E daí resultou uma reportagem de uma pobreza franciscana que confrange. Alguns exemplos ilustrativos:
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Chamada de capa: «ÍNTIMO - Um dia com José Sócrates: de automóvel, a pé e de avião». E, sobre intimidades, tudo o que no texto se pode ler é que o promovido não gosta de falar da sua vida privada e do caso Freeport. Um furo jornalístico, como se pode constatar.
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Para título foi puxada uma frase do 'beatle' George Harrison que o 'soit-disant' sr. engenheiro citou («A felicidade é abrir os jornais e não falarem de nós»), como se o trabalhinho jornalístico não tivesse como único fim falar da criatura.
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De resto, ficamos a saber algumas coisas importantes: o secretário-geral do partido socretino gosta de pastilhas elásticas, de filósofos, está a ler um livro 'muito interessante' intitulado «A Ascensão do Dinheiro» e tem uma fotografia ao lado de Barack Obama.
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E o notável trabalhinho 'jornalístico' termina assim: «O Falcon aterra, de mansinho, em Figo Maduro. São 21h00. E o Jornal Nacional de sexta-feira da TVI já está quase no fim.»
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Duvido que a peça, manifestamente escrita para impressionar sopeiras e magalas, consiga atingir os seus objectivos. Mas os seus autores deviam ser condecorados com uma medalha de mérito por serviços distintos prestados à Pátria. (E, já agora, umas comendazinhas para os directores dos jornais).
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PM

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA






«Processos e contratos da Cova da Beira foram destruídos ilegalmente»

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PÚBLICO

domingo, 17 de maio de 2009

MÉRTOLA

EUGÉNIA MENDES

sábado, 16 de maio de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA



«A Sociedade Lusa de Negócios (SLN), a antiga dona do BPN, quer receber do Estado, como indemnização decorrente da nacionalização do banco, 403,8 milhões de euros.»
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(CM)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

UM IMENSO ADEUS


Ao Exmo. Senhor António José d'Ávila, Marquês d'Ávila, Presidente do Conselho de Ministros
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«Exmo. Sr. - Pego na pena, mais pesaroso do que irritado. As misérias morais de qualquer homem contristam-me, porque vejo nelas o abaixamento da alma humana, que devia pairar serena e sem mácula. As misérias morais dos homens, que pela sua posição, pela autoridade, pelos anos, têm missão de dar o exemplo da justiça incorruptível, e ser como apóstolos entre as nações, essas compungem-me dobradamente, porque vejo nelas a degradação duma coisa augusta, a lei, e o envilecimento duma coisa veneranda, os cabelos brancos. Nada disto, porém, exclui a indignação: somente, é uma indignação entristecida. Porque havia V. Exa., velho que eu não conheço, ministro que eu quisera respeitar, fazer calar em mim o respeito que é devido aos anos e à posição, e obrigar-me a falar-lhe num tom, que não é o da cólera, mas que é o da indignação, e que pode ser o do desprezo? Se os cabelos brancos, que passam diante de mim, em vez de terem a compustura plácida das cabeças dos santos, trazem nos seus anéis emaranhados as palhas da loucura, posso eu deixar de sorrir aos esgares do louco, e enxotá-lo do meu caminho, se mo embaraça?
Vou ser descaridoso com V. Exa., porque V. Exa. deixou de merecer a minha caridade.
Dirigindo-me a V. Exa., dirijo-me sobretudo ao público: por isso escrevo pela imprensa. Particularmente não lhe escreveria, porque me prezo de não ter por correspondentes senão pessoas inteligentes, pouco condecoradas, e de provada ortodoxia em gramática portuguesa. V. Exa. não está neste caso.»

quinta-feira, 14 de maio de 2009

UM IMENSO ADEUS


«Écrire dans les gazettes permet à l'écrivain de communiquer à chaud, dans le cadre d'une éternité de vingt-quatre heures, ses idées soudaines, les jeux de mots ou les réflexions lyriques qui, sur le moment, occupent son esprit. L'homme de lettres élitiste a tendance à mépriser cette voie, réservant aux rares lecteurs de ses livres et de quelques revues de haute tenue la primeur de sa production, comme s'il s'adressait à son public du haut de sa chaire, avec la supériorité d'un chamane.»

UM IMENSO ADEUS


«Estou particularmente preocupado com a forma como os valores de mercado fizeram desaparecer os valores profissionais. Verifica-se que os valores éticos, que outrora se pensava serem intrínsecos, não estão a resistir muito bem às pressões do mercado.»

quarta-feira, 13 de maio de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


A MODA 'BO'




«Contactado pelo i, Münchau, o editor do "Financial Times" para questões europeias e responsável por uma influente plataforma de discussão económica e política na União Europeia, o Eurointelligence, foi mais longe na crítica "à falta de liderança" de Barroso durante a crise. E acusa-o de ser "o caniche de Angela Merkel".»
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'I'

DE OUTROS


«As “elites portuguesas” nunca apareceram na televisão a falar de um livro. Inculta, pobre de espírito, geralmente alarve e pateta, essa gente tanto aparece nas folhas cor-de-rosa como nas páginas de crime. Os seus exemplos são maus. E, diante de tudo isso, a leitura é também um conforto. Uma salvação.»
.Francisco José Viegas
(CM)

OS SUSPEITOS DO COSTUME


O representante de Portugal no 'Eurojust' está sob suspeita. As oposições pedem a sua demissão do cargo. Exagero. Disparate, mesmo.
Entendo que um país que tem um sistema de justiça que está sob suspeita, que tem um ministro da dita que passou por Macau (recomendo a leitura do blogue 'A Revolta das Palavras', do advogado José António Barreiros), um primeiro-ministro que passou pela 'Universidade' Independente e etc., está muito bem representado por um procurador sob suspeita.
Sejamos claros: um homem com o perfil e a experiência de Lopes da Mota devia ser, no mínimo, promovido a comissário da justiça de Durão Barroso. Seria porreiro, pá.

terça-feira, 12 de maio de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«O inquérito requerido pelo Conselho Superior do Ministério Público, a 7 de Abril, conclui que o presidente do Eurojust, Lopes da Mota, pressionou os procuradores do Freeport e deve ser alvo de um processo disciplinar.»
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JN

DE OUTROS


«Qual o lugar da complacência que criámos enquanto povo para com um regime em que aceitamos ou toleramos situações como a vitória de Fátima Felgueiras e de Isaltino de Morais? Passámos a ter um sistema de aceitação deste tipo de processos. E garanto-vos que, provavelmente, Sócrates vai ganhar, embora não com maioria absoluta... A maior parte dos portugueses vão passar por cima disto. Não pelo mérito de não acreditar, mas pelo mérito depressivo de já não acreditar em nada. Que é a pior coisa que pode acontecer.»
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CARLOS AMARAL DIAS
(Expresso)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

LARGOS CONSENSOS


Quando ouvi os apelos patrióticos aos amplos consensos, fiquei com urticária. O meu médico de família disse-me que pode ser do 'stresse' pós-traumático. Receitou-me calmantes, cremes, pomadas e deu-me uma lista de psicanalistas para consultas às quais não recorri. Tenho alergia aos normopatas. Prefiro as comichões.

UM IMENSO ADEUS


«Caralho caralho caralho repetia eu com o enfermeiro no meu sotaque educado de Lisboa, o capitão apeou-se da Mercedes num cansaço infinito, segurava a arma à laia de cana de pesca inútil, o povo da sanzala espreitava receoso lá de baixo, escute-me como eu escutava o rápido latir aflito do meu sangue nas têmporas, o meu sangue intacto nas têmporas, pelos buracos da varanda via o capitão a passear de um lado para o outro apertando o viático de um copo de uísque contra o peito, falando sozinho, cada um conversava sozinho porque ninguém conseguia conversar com ninguém, o meu sangue no copo do capitão, tomai e bebei ó União Nacional, o corpo do morto crescia no quarto até rebentar as paredes, alastrar pela areia, alcançar a mata em busca do eco do tiro que o tocou, o helicóptero transportou-o para Gago Coutinho como quem varre lixo vergonhoso para debaixo de um tapete, morre-se mais nas estradas de Portugal do que na guerra de África, baixas insignificantes e adeus até ao meu regresso, o furriel arrumou os instrumentos cirúrgicos na caixa cromada, os canivetes, as pinças, os porta-agulhas, as sondas, sentou-se ao meu lado nos degraus do posto de socorros, espécie de vivenda pequenina para férias de reformados melancólicos, mordomos idosos, governantas virgens, os eucaliptos de Ninda não cessavam de aumentar, estamos os dois aqui sentados agora como ele e eu nesse tempo, Abril de 71, a dez mil quilómetros da minha cidade, da minha mulher grávida, dos meus irmãos de olhos azuis cujas cartas afectuosas se me enrolavam nas tripas em espirais de ternura, Foda-se, disse o furriel que limpava as botas com os dedos, Pois é, disse eu, e acho que até hoje nunca tive um diálogo tão comprido com quem quer que fosse.»

domingo, 10 de maio de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«Apesar de pouco antes ter referido que está "a tentar nem sequer fazer muitas críticas", Elisa não resiste mandar algumas indirectas a Rui Rio. "Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS",»
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(JN)

sábado, 9 de maio de 2009

O HINO


Foi mesmo agora, no programa 'Top+' da RTP1, que ouvi umas criancinhas a cantar:
«Eu vou comer, comer, comer
Laranjas e bananas».
Estava longe de saber que o 'bloco central' já tinha hino e que, a seis meses das legislativas, mesmo sem estar disponível no 'magalhães', já ocupa um lugar no top!