segunda-feira, 30 de novembro de 2009

UM IMENSO ADEUS


SETE CANÇÕES DA VIDA
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Sexta
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Vou:
disperso nas horas
incerto nos passos.
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Rezo:
Vida, havias de trazer horas brutais,
horas abertas,
rasgadas por minhas mãos ansiosas
de lúcidos temporais!
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Penso:
se as não rasgar por minhas mãos
a Vida não as dará jamais.
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O DISCURSO OFICIAL



«O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi desmentiu ontem qualquer ligação à Máfia, alegando que nenhum governo fez mais para travar o crime organizado.»
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CM

MAIS VALE TARDE




«Um grupo de especialistas portugueses, como Luís de Sousa (do ICS), Saldanha Sanches, Paulo Morais e Adelino Maltez, vai esta semana formalizar uma estrutura que permitirá a entrada da Transparency International em Portugal - que é um dos três países da Europa sem qualquer ligação à mais prestigiada ONG de luta contra a corrupção.»
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DN

domingo, 29 de novembro de 2009

A OUTRA CIMEIRA





«La diplomacia popular no necesita de memorándums o declaraciones de intención, se hace directamente entre los pueblos sin pasar por las cancillerías y los palacios de gobierno. Es esa que va acompañada de un abrazo, un apretón de manos o una larga charla en la sala de una casa. Sin aspirar a los flashazos o a los grandes titulares, las personas comunes han sacado al mundo de varios entuertos, han evitado quizás un sinnúmero de guerras y hasta puede que sean los responsables de ciertas alianzas y de algunos –escasos- momentos de paz.»
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YOANI SÁNCHEZ
(Blogue Desde Cuba)

UM IMENSO ADEUS


«En este país no se pueden guardar secretos, no hay espacio, y todo el mundo sabe que ya en el primer gobierno democrático decidieron crear un organismo de seguridad paralelo, La Oficina, para asesinar a los últimos izquierdistas que todavía creían posible derrotar a la dictadura por la vía armada. Se inventaron una excusa en la que ni ellos mismos creyeron: dialogar desde posiciones de izquierda, sobre todo con el Frente Patriótico Manuel Rodríguez, los muchachos que no le dieron un día de paz a Pinochet, pero sabían que iban a liquidar a todos los que no aceptaran sus puntos de vista, a todo el que no entendiera que la transición chilena a la democracia se hacía bajo la máxima gatopardiana de que todo cambie para que todo siga igual. Algunos integrantes de La Oficina, incluso desde el exilio, se asociaron con torturadores y formaron empresas de seguridad. Ahora son ricos, tienen policías paralelas que cuidan bancos, edificios, las urbanizaciones seguras y lujosas de los valles cordilleranos en los que se respira aire fresco mientras Santiago se asfixia en smog.»

DE OUTROS


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«Mas o pior nem sequer é a - possível - mentira de Sócrates. O pior é mesmo a inércia da elite "comentadeira". Perante o - hipotético - nariz XXL de Sócrates, esta malta mediática encolhe mediaticamente os ombros. Quando a inércia chega a este ponto, o problema já não está no PM. O problema está, isso sim, na cobardia da dita elite.»
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Henrique Raposo
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Expresso

DE OUTROS


«A claridade moral não nos cega, nós é que escolhemos fechar os olhos.»
Clara Ferreira Alves
(Expresso)

sábado, 28 de novembro de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


A JUSTA HOMENAGEM


Há por aí grande indignação porque a cavacal figura recusou o convite para presidir ao colóquio que está a decorrer na Gulbenkian para assinalar o décimo aniversário da morte de Melo Antunes.
Com o devido respeito pelos indignados, entendo que o ilustre filho do Poço de Boliqueime, com a sua ausência, prestou um inestimável serviço à memória de Melo Antunes.
É que, se bem entendo, com a iniciativa do colóquio pretende-se engrandecer o papel do "nosso major" no processo democrático português e a presença de Silva, o Cavaco, teria, necessariamente, o efeito contrário: diminuía a iniciativa e, sobretudo, o homenageado.
Obrigado, pois.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DE OUTROS



«O quinhão de autoridade perdida e de credibilidade desgastada que José Sócrates parecia ter recuperado com a vitória minoritária nas legislativas de 27 de Setembro esfumou-se em pouco mais de um mês com os danos colaterais com que foi atingido pelo processo ‘Face Oculta’. Não é só a confirmação de que seguia, interessada e pessoalmente, os negócios da TVI e outros órgãos de comunicação antes de o ter negado no Parlamento. Nem é apenas a dúvida que permanecerá sobre o facto de os magistrados de Aveiro terem encontrado razões para extraírem certidões sobre as suas conversas telefónicas. O problema de Sócrates é, sobretudo, a rede de corrupção e tráfico de influências desvendada pela ‘Face Oculta’ envolver um círculo de personagens e fidelidades, de Armando Vara a Paiva Nunes, que lhe é muito próximo. É mais uma mancha, a juntar a outras de processos com ele relacionados.»
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José António Lima
(Sol)

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

OS JUÍZES

Editorial da Direcção Nacional - Discussão pública sobre o caso "Face Oculta"
A Direcção Nacional da ASJP, em 26 de Novembro de 2009, tomou posição sobre as declarações públicas a propósito do caso judicial conhecido por "Face Oculta"



A ASJP tem-se mantido em silêncio sobre os acontecimentos relacionados com o inquérito conhecido como "Face Oculta" e sobre os episódios e peripécias a propósito das certidões extraídas daquele processo.

Isto apesar do frenesim público de opiniões, comentários, declarações políticas, comunicados oficiais, todo o género de informação e desinformação e desabafos que, longe de esclarecerem a sociedade, o único efeito que produziram foi gerar intranquilidade, desconfiança e descrédito da Justiça.

Aquele silêncio foi propositado para que não fosse deturpada qualquer acção ou palavra da Associação representativa dos juízes e para que as questões fossem tratadas e decididas pelos órgãos próprios.

Impõe-se porém que a ASJP intervenha agora porque é absolutamente necessário informar a sociedade e os cidadãos e contrariar afirmações que alguns estão cada vez mais interessados em fazer vingar, numa atitude de desinformação e tentativa de condicionamento da investigação e das decisões a serem proferidas no inquérito em curso.

Mas antes deixemos claro que os juízes e a sua Associação representativa defendem o cumprimento rigoroso da Constituição e da Lei, respeitam escrupulosamente a autoridade própria das decisões proferidas pelo Juiz de Instrução Criminal e Procurador de Aveiro, pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e Procurador Geral da República e vão manter-se completamente fora da discussão política ou partidária que se possa fazer à volta deste caso.

Para a ASJP o princípio de actuação é sempre o mesmo: a lei e as decisões proferidas nos processos de inquérito e judiciais são para cumprir e respeitar por todos.

Nestas circunstâncias, a ASJP:

1. Alerta para a falsidade das insinuações de que este caso teve motivações e objectivos político-partidários.

Os factos e a cronologia das notícias desmentem todas as maliciosas acusações de «espionagem política» e «emboscada judicial». Basta ver que não houve qualquer coincidência temporal entre os actos eleitorais de Setembro e as operações policiais de Outubro para se concluir pela completa falsidade daquelas acusações;

2. Salienta o infundado da imputação da violação do segredo de justiça aos elementos da investigação ou às autoridades judiciárias da comarca de Aveiro.

Faz-se notar que até à operação policial, realizada em 28 de Outubro e apesar de meses de trabalho, envolvendo muitas pessoas entre polícias, funcionários dos tribunais, procuradores e juízes nenhum facto era do conhecimento público e só com a realização das buscas, porque a lei obriga a que os respectivos mandados contenham um resumo dos indícios apurados, é que chegaram ao domínio público certas informações. Por outro lado, nada permite afirmar que alguns factos dos que têm sido divulgados tenham qualquer confirmação no inquérito;

3. Lembra que, contrariamente ao que foi veiculado em notícias e tomadas de posição, e como já foi oficialmente informado, as escutas autorizadas pelo Juiz de Instrução de Aveiro nunca tiveram por alvo o Primeiro-Ministro, mas sim os arguidos no inquérito.

As escutas determinadas por despacho de um juiz, com obediência aos requisitos legais, são um meio de prova absolutamente lícito, existindo na lei mecanismos para os sujeitos processuais impugnarem essa decisão por via de recurso, único meio previsto para aferir do cumprimento dos princípios e pressupostos da autorização judicial;

4. Repudia veementemente as insinuações e falsas acusações de responsáveis políticos, nomeadamente membros de órgãos de soberania, que visam apenas descredibilizar a actuação das autoridades judiciárias.

Todos os que desempenham cargos públicos de responsabilidade têm um especial dever de respeito pelos princípios da separação de poderes e de acatamento das decisões dos Tribunais, não devendo contribuir com desinformação que coloca publicamente em causa a autoridade do Estado;

5. Chama a atenção para os deveres deontológicos que impendem sobre os advogados, especialmente aqueles que têm cargos directivos e de representação ou que têm intervenção no processo como mandatários dos arguidos.

Acusações sem qualquer fundamento ou razoabilidade, como «falsas construções acusatórias» ou «agentes da lei fora da lei», mais não são do que tentativas, desesperadas, de descredibilizar as decisões judiciais proferidas ou a proferir no inquérito em curso, apenas porque aí são investigadas pessoas política, económica e socialmente influentes.

6. Considera inaceitável que um vogal do Conselho Superior da Magistratura (órgão que pode vir depois a intervir na classificação e disciplina dos juízes com intervenção no processo) eleito pela Assembleia da República, não tenha suspendido funções naquele órgão a partir do momento em que passou a ser mandatário de um dos arguidos;

7. Lamenta todos os equívocos gerados pela falta de informação sobre a existência ou não de inquérito a propósito das certidões, a dilação temporal entre a recepção das certidões e a decisão de considerar não existirem elementos probatórios para iniciar uma investigação, bem como a inexplicada divergência de valoração dos indícios que foi feita na Comarca de Aveiro e pelo Procurador Geral da República.

8. Considera que os deveres de transparência e de informação, essenciais para a normal e saudável fiscalização social sobre a actuação das autoridades judiciárias num caso que reveste manifesto interesse, impõem o esclarecimento daqueles equívocos, com a prestação da informação necessária.

9. Reputa como imperioso, pelos mesmos motivos, e ainda para permitir o debate jurídico da doutrina e jurisprudência sobre a norma inovadora em causa, que se proceda à publicitação das decisões do Procurador Geral da República e do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça

10. Proclama que é uma exigência da sociedade serem asseguradas aos juízes e aos procuradores do processo "Face Oculta" todas as condições de tranquilidade e segurança, para desenvolverem o seu trabalho com qualidade e cumprirem a sua função com imparcialidade e liberdade de consciência, pois só se fará Justiça se os crimes eventualmente cometidos forem completamente investigados, os seus autores punidos e os inocentes inequivocamente ilibados.

11. Afirma e declara que qualquer tentativa de constrangimento ou condicionamento da actuação dos juízes do processo, fora dos mecanismos próprios de fiscalização pela via do recurso, constituirá uma ofensa intolerável aos princípios da independência e separação de poderes, que levará a ASJP e os juízes a encontrarem as respostas adequadas.

A Direcção Nacional

Lisboa, 26 de Novembro de 2009

DE OUTROS


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«A falta de coincidência entre moral e política pertence ao breviário dos conhecimentos gerais. Porém, poucas vezes se assistiu a esta desgraça em que vivemos, e na qual o absurdo chegou ao ponto da alucinação.»
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Baptista-Bastos
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DN

CUIDADO! ZONA DE ATROPELAMENTOS


«O PS levantou hoje reservas à proposta do PSD no sentido de a Assembleia da República criar uma comissão de acompanhamento da corrupção, admitindo que poderá "atropelar" competências inerentes a outras entidades.»
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Público

500 ANOS DE HISTÓRIA COMUM (CONTINUAÇÃO)


«Portugal "tornou-se um destino seguro de fortunas desviadas do erário público angolano", incluindo transferências "para comprar empresas falidas", com o objectivo de "branquear dinheiro roubado ao povo de Angola".»
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Isaías Samakuva
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«I»
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«Este é um momento importante para a nossa terra. Portugal está mais rico e a nossa cidade também.»
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António Matos, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Almada, na inauguração de um busto do Cardeal Cerejeira.
(JN)

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


terça-feira, 24 de novembro de 2009

A GARGALHADA DO DIA


«O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, fez um ataque feroz à corrupção no seio do Governo do país avisando que detecta "timidez" no MPLA no que toca à fiscalização dos actos governativos, que "irresponsáveis" e "gente de má-fé" estão a aproveitar.»
Público

UM IMENSO ADEUS


O VAGABUNDO DO MAR
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Sou barco de vela e remo
sou vagabundo do mar.
Não tenho escala marcada
nem hora para chegar:
é tudo conforme o vento,
tudo conforme a maré...
Muitas vezes acontece
largar o rumo tomado
da praia para onde ia...
Foi o vento que virou?
foi o mar que enraiveceu
e não há porto de abrigo?
ou foi a minha vontade
de vagabundo do mar?
Sei lá.
Fosse o que fosse
não tenho rota marcada
ando ao sabor da maré.
É por isso, meus amigos,
que a tempestade da Vida
me apanhou no alto mar.
E agora
queira ou não queira,
cara alegre e braço forte:
estou no meu posto a lutar!
Se for ao fundo acabou-se.
Estas coisas acontecem
aos vagabundos do mar.

FUNDAMENTALISMO


Atenção, fumadores. Antes de comprarem computador, escolham bem a marca.
É que, como noticia o 'Expresso online' «Apple recusa reparar computadores de fumadores nos EUA».
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(Com os macaquinhos de imitação que por aí pululam, não tardará muito que a moda seja importada.)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

BERLUSCONIZAÇÃO


Sobre o perigo de berlusconização da vida política portuguesa, acabo de ouvir, na SIC-Notícias, as opiniões de Paula Teixeira da Cruz e de José Luís Saldanha Sanches.
É bom sentirmos que não estamos sozinhos.
(E a propósito: já nos solidarizámos todos com Antonio Tabucchi?)

UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA


Independente, Cova da Beira, Projectos beirões, Freeport, Eurojust, TVI, Sucatas.
Há quem pense que estamos perante questões do foro judicial. Há quem pense que se trata de questões políticas.
Eu inclino-me mais para classificá-las na rubrica 'Saúde Pública'.
Feitios...

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA



http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Marcelo-Rebelo-de-Sousa-criticou-a-actuacao-do-Procurador-Geral-da-Republica-neste-processo.rtp&headline=20&visual=9&article=297389&tm=8

PROCESSO MÃO OCULTA



Não há cão nem gato, por esse mundo fora, que não saiba que o sucesso da França no apuramento para o mundial de futebol de 2010 se ficou a dever a uma grande e pública vigarice: a mãozinha oculta de Henry.
Porém, e de acordo com a legislação da FIFA, a evidência para ser prova tem de ser validada por um único senhor - o juiz da partida. E este, seriíssimo e cegueta, como convém, estava lá mas não viu nada, não ouviu nada.
Portanto, arquive-se o processo e não se fala mais nisso!
Cantemos, pois: "Allons enfants de la patrie, le jour de gloire est arrivé".
(Tenho a sensação de já ter visto outros filmes com o mesmo argumento, mas, na banda sonora cantava-se "Heróis do mar, nobre povo, nação valente).



domingo, 22 de novembro de 2009

DOMINGO

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


PACHECO ISOLADO COM IDEIA DE COMISSÃO SOBRE CORRUPÇÃO
Deputado propôs uma comissão de acompanhamento deste fenómeno na administração pública, mas direcção do PSD reagiu com indiferança.
(Público)

MACAQUICES


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Ontem, mal vi as primeiras piruetas dos deputados manuelinos sobre a avaliação dos professores, mudei para o canal 'Odisseia'. Estava a ser transmitido um programa sobre orangotangos.
Vi-o até ao fim.
Fiquei a ganhar.

O TABU


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Gostei da intervenção de António Lobo Xavier, ontem, na 'Quadratura do Círculo' da SIC-Notícias.
Sim, por que carga de água ou divina legislação não se pode, em Portugal, falar do carácter dos políticos?

A IMAGEM


Li no semanário 'Sol' da semana passada parte de uma entrevista dada, em tempos, pela Amália Rodrigues. Nela, a fadista conta uma saborosíssima anedota sobre o 'discurso' de três prostitutas aos seus clientes:
A inglesa - Prazer em conhecê-lo.
A espanhola - Despacha-te que tenho que ir à missa.
A portuguesa - Ai, o que é que vão pensar de mim...
Na 'mouche'!
Agora, convido-vos para um divertido exercício: substituam 'as mulheres públicas' por 'homens públicos' e verão a importância da imagem sobrepôr-se, igualmente e à portuguesa, à importância dos factos.
Acertei?

DE OUTROS


«A sociedade dos homens, tal como a conhecemos e no-la ensinaram, desmorona-se, ou, pelo menos, os seus modos de construção estão a ser seriamente abalados. Nada resiste às novas imposições de outras identidades e o sistema saído da globalização vigia e determina a totalidade da nossa existência. Há quem aprecie e defenda esta forma de redução do ser humano. Como pertenço a outra herança, combato a desapropriação social, moral e ideológica. Confesso, porém, que estou a ser derrotado. Não vencido: derrotado.»
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Baptista-Bastos
(DN)

PROPAGANDA, EP


Que eu saiba, os regulamentos da FIFA não proibem os atletas do pontapé na bola de terem as suas opções estéticas, políticas e outras. Daí que eu tenha admitido como genuíno o apoio de Luís Figo ao partido socretino, nas últimas eleições legislativas.
Afinal, e a dar crédito ao 'Correio da Manhã', o homenzinho trata a sua conta bancária com o mesmo toque artístico com que tratava 'o esférico à flor da relva': «O apoio do ex-internacional Luís Figo ao PS nas últimas eleições legislativas terá custado 75 mil euros a uma empresa pública.»
E temos assim uma socretina acção de propaganda com carga 'política' -e 'ideológica', até - semelhante à usada nas campanhas publicitárias da instituição liderada pelo 'banqueiro' O. Costa.
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(Mas fica-me uma dúvida: por que razão a despesa terá sido paga por uma empresa pública?)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

UM IMENSO ADEUS




«Victor foi com a mão, maquinalmente, à estante, e retirou de lá La Chute, de Camus. Abriu o livro e leu pela milésima vez a frase que mais odiava: «Quando todos formos culpados então será a democracia». Atirou o livro para a lareira acesa e ficou a vê-lo arder durante cinco minutos.»

"NOUS SOUTENONS ANTONIO TABUCCHI"



Gabriela ADAMESTEANU, écrivain ; Camilla et Valerio ADAMI, artistes-peintres ; Laure Adler, journaliste et écrivain ; José Eduardo AGUALUSA, écrivain ; Manuel ALEGRE, écrivain et homme politique ; Martin AMIS, écrivain ; Theo ANGELOPOULOS, cinéaste ; Chloé ARIDJIS, écrivain ; Homero ARIDJIS, écrivain, Ambassadeur du Mexique auprès de l'Unesco ; Andrea BAJANI, écrivain ; Sébastien BALIBAR, physicien ; Stefano BENNI, écrivain ; Frank BERBERICH, rédacteur en chef Lettre Internationale, Berlin ; Yves Bonnefoy, poète ; Clémence BOULOUQUE, écrivain ; Michel BRAUDEAU, écrivain et éditeur ; Geneviève BRISAC, écrivain et éditeur ; Andrea CAMILLERI, écrivain ; Jean-Yves CENDREY, écrivain ; Patrick CHAMOISEAU, écrivain ; Rafael CHIRBES, écrivain ; Mario CLAUDIO, écrivian ; Bernard COMMENT, écrivain, éditeur et traducteur ; Vincenze CONSOLO, écrivain ; Sanda CORDOS, écrivain ; Alain CORNEAU, cinéaste ; Constantin COSTA-GAVRAS, cinéaste ; Anteos CRYSOSTOMIDES, éditions Kastaniotis, Grèce ; Michel DEGUY, philosophe et poète ; Dominique DESANTI, écrivain ; Emmanuel DONGOLA, écrivain ; Inaki ESTEBAN, journaliste et écrivain ; Carlo FELTRINELLI, directeur des Editions Feltrinelli, Italie ; Inge FELTRINELLI, éditeur ; Jean-Pierre FERRINI, écrivain ; Lydia FLEM, écrivain ; Isabel FONSECA, écrivain ; Rhea GALANAKI, écrivain ; Antoine GALLIMARD, PDG des Editions Gallimard Bogdan GHIU, écrivain et traducteur ; Edouard GLISSANT, écrivain ; Maurice GODELIER, anthrophologue ; Eulalia GUBERN, éditions Anagrama, Espagne ; Joumana HADDAD, poète, journaliste et traductrice ; Jorge HERRALDE, directeur des éditions Anagrama, Espagne ; Victor IVANOVICI, écrivain et universitaire ; Lidia JORGE, écrivain ; Nuno JUDICE, écrivain Tony Judt, historien et écrivain, professeur à la New York University, USA ; Enrique KRAUZE, historien, président de Editorial Clio, Mexique ; Michael KRÜGER, directeur des éditions Hanser Verlag, Allemagne ; Jean-Marie LACLAVETINE, éditeur et écrivain ; Claude LANZMANN, cinéaste et écrivain ; Antonio LOBO ANTUNES, écrivain ; Fernando LOPES, cinéaste ; Dan LUNGU, écrivain ; Silviu LUPESCU, directeur des Editions Polirom, Roumanie ; Claudio MAGRIS, écrivain ; Florence MALRAUX, cinéaste ; Norman MANEA, écrivain ; Juan Antonio MASOLIVER-RODENAS, écrivain ; Jean MATTERN, éditeur ; Valerie MILES, directeur éditorial Duomo Ediciones, Espagne ; Miguel MORA, correspondant de El Pais à Paris ; Julio MOREIRA, écrivain ; Antonio MUNOZ MOLINA, écrivain ; Maria NADOTTI, journaliste ; Justo NAVARRO, écrivain ; Marie NDIAYE, écrivain, Prix Goncourt 2009 ; Maurice OLENDER, éditeur, universitaire ; Orhan PAMUK, écrivain, prix Nobel de Littérature ; Ovidiu PECICAN, écrivain ; Razvan PETRESCU, écrivain ; Marta PETREU, écrivain et journaliste ; Stavros PETSOPOULOS, éditions Agra, Grèce ; Edwy PLENEL, journaliste ; Catrinel PLESU, directeur Institut Culturel Roumain ; Alvaro POMBO, écrivain ; Vincent RAYNAUD, éditeur ; Ugo RICCARELLI, écrivain ; Jacqueline RISSET, écrivain et traductrice ; Olivier ROLIN, écrivain ; Philip ROTH, écrivain ; Martin RUEFF, écrivain et traducteur ; Boualem SANSAL, écrivain ; José SARAMAGO, écrivain, Prix Nobel de Littérature ; Fernando SAVATER, écrivain et philosophe ; Ulrich SCHREIBER, directeur International Literature Festival Berlin ; Jorge SEMPRUN, écrivain ; Salvatore SETTIS, directeur de l'Ecole Normale Supérieure de Pise ; Mario SOARES, homme politique ; Philippe SOLLERS, écrivain ; Wassyla TAMZALI, journaliste ; Gilles-Marie TINÉ, producteur de cinéma ; Serge TOUBIANA, directeur de la Cinémathèque Française ; Marco TRAVAGLIO, journaliste ; Nadine TRINTINGNANT, comédienne ; Ion VIANU, écrivain ; Enrique VILA-MATAS, écrivain ; François VITRANI, directeur de la Maison de l'Amérique Latine ; Klaus WAGENBACH, éditeur; Berlin ; Marc WEITZMANN, journaliste et écrivain ; Anne WIAZEMSKY, écrivain.

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


«A Sábado avaliou os investimentos publicitários do Governo, do BCP e de empresas ligadas ao Estado. Os jornais que perderam mais dinheiro foram o Público e o Sol, os mais criticados pelo primeiro-ministro. Pelo contrário, subiram DN e JN, do grupo de Joaquim Oliveira, referido nas conversas entre Sócrates e Vara.»
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António José Vilela e Vítor Matos
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Sábado

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA



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«Rodrigo Santiago, advogado de Manuel Godinho, considera que o empresário de Aveiro 'é apenas a ponta de um iceberg' de um complexo processo que 'pode envolver figuras da hierarquia do Estado'.»
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«I»

FACCIA OCCULTA

EM PORTUGAL TEMOS, COMO SE SABE, UMA DEMOCRACIA VIVA, DE HOMENS LIVRES, DE INDIVÍDUOS CORAJOSOS, INDISCIPLINADOS, CRIATIVOS, OUSADOS, PROVOCADORES, INCOMODATIVOS.
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E, ASSIM, ESTARÁ, CERTAMENTE, PARA BREVE O LANÇAMENTO DE UMA PETIÇÃO DE SOLIDARIEDADE COM O ESCRITOR ANTÓNIO TABUCCHI.


Les démocraties vivantes ont besoin d'individus libres. D'individus courageux, indisciplinés, créatifs. Qui osent, qui provoquent, qui dérangent. Il en est ainsi des écrivains dont la liberté de plume est indissociable de l'idée même de démocratie.

De Voltaire et Hugo à Camus et Sartre, en passant par Zola et Mauriac, la France et ses libertés savent ce qu'elles doivent au libre exercice de leur droit de regard et de leur devoir d'alerte face à l'opacité, aux mensonges et aux impostures des pouvoirs. Et l'Europe démocratique, depuis qu'elle se construit, n'a eu de cesse de conforter cette liberté des écrivains contre tous les abus de pouvoir et les raisons d'Etat.


PÉTITION EN FAVEUR DE L'ÉCRIVAIN ANTONIO TABUCCHI
L'écrivain Antonio Tabucchi se voit réclamer la somme de 1,3 million d'euros de dommages et intérêts pour diffamation à l'encontre de Renato Schifani, président du Sénat et avocat sicilien. Celui-ci est le principal soutien du président du conseil, Silvio Berlusconi. En mai 2008, dans le quotidien de gauche L'Unita, M. Tabucchi avait écrit que M. Schifani avait, par le passé, fait l'objet d'une enquête sur ses liens supposés avec des mafieux. Il reprenait des informations déjà parues et précisait que le président du Sénat avait été "absous". L'épisode illustre la violence des liens entre le pouvoir et la presse.


Or voici qu'en Italie cette liberté est mise en péril par l'attaque démesurée dont fait l'objet Antonio Tabucchi. Le président du Sénat italien, Renato Schifani, lui demande en justice la somme exorbitante de 1,3 million d'euros en raison d'un article paru dans L'Unita, lequel journal n'est cependant pas poursuivi. Le crime d'Antonio Tabucchi est d'avoir interpellé M. Schifani, personnage central du pouvoir berlusconien, sur son passé, ses relations d'affaires et ses fréquentations douteuses - toutes questions sur lesquelles il rechigne à s'expliquer. Interroger l'itinéraire, la carrière et la biographie d'un haut responsable public fait pourtant partie du nécessaire questionnement et des légitimes curiosités de la vie démocratique.

Intimider une conscience

Par le choix particulier de sa cible - un écrivain qui n'a pas renoncé à exercer sa liberté - et par la somme réclamée - un montant astronomique pour une affaire de presse -, l'objectif recherché est d'intimider une conscience critique et, à travers elle, de faire taire le plus grand nombre. Des récentes poursuites contre la presse d'opposition à ce procès fait à un écrivain européen, nous ne pouvons rester indifférents et passifs devant l'offensive du pouvoir italien contre la liberté de jugement, de critique et d'interpellation.

C'est pourquoi nous témoignons de notre solidarité avec Antonio Tabucchi et vous appelons à nous rejoindre, en signant massivement cet appel.

Laure Adler, journaliste et écrivain ; Théo Angelopoulos, cinéaste ; Homero Aridjis, écrivain, ambassadeur du Mexique auprès de l'Unesco ; Michel Braudeau, écrivain et éditeur ; Andrea Camilleri, écrivain ; Patrick Chamoiseau, écrivain ; Alain Corneau, cinéaste ; Constantin Costa-Gavras, cinéaste ; Antoine Gallimard, PDG des Editions Gallimard ; Edouard Glissant, écrivain ; Tony Judt, historien et écrivain ; Jean-Marie Laclavetine, éditeur et écrivain ; Claude Lanzmann, cinéaste et écrivain ; Antonio Lobo Antunes, écrivain ; Claudio Magris, écrivain ; Antonio Munoz Molina, écrivain ; Marie NDiaye, écrivain, Prix Goncourt 2009 ; Orhan Pamuk, écrivain, Prix Nobel de littérature ; Daniel Pennac, écrivain ; Philip Roth, écrivain ; Boualem Sansal, écrivain ; Fernando Savater, écrivain et philosophe ; Jorge Semprun, écrivain ; Mario Soares, homme politique ; Philippe Sollers, écrivain ; Serge Toubiana, directeur de la Cinémathèque française ; Nadine Trintignant, comédienne ; François Vitrani, directeur de la Maison de l'Amérique latine.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

DE OUTROS


«Os apaniguados de Sócrates desmultiplicaram-se, numa operação mediática sem precedentes, a invocar razões puramente jurídicas em tudo quanto é sítio, procurando desviar as atenções do problema político e da sua real dimensão.
Mas o problema tornou-se escandalosamente político. E tornou-se também uma questão de decência. As coisas são o que são e são assim mesmo.»
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Vasco Graça Moura
(DN)

NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


NOTÍCIAS DA PIOLHEIRA


terça-feira, 17 de novembro de 2009

A CORRUPÇÃO PERCEPCIONADA (ANTES DA FACE OCULTA)


«O estudo da Transparência Internacional para 2009 revela que Portugal tem estado a piorar neste ranking de ano para ano, tendo passado da 26ª posição em 2007 para a 32ª em 2008 e caído agora para a 35ª.»
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RTP1

TRANSPARÊNCIA NA INFORMAÇÃO


Sobre o 'ranking' da corrupção elaborado pela 'Transparência Internacional', o que diz a Agência Angola Press:
«O destaque negativo do continente é a Venezuela, apontada como um dos países mais corruptos do mundo, na 162ª posição entre 180 países incluídos no Índice da Percepção da Corrupção, com nota de 1,9.»
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E o que a Agência Angola Press não diz:
Na 162ª posição, entre os países mais corruptos do mundo, portanto, com nota de 1,9, encontram-se vários países entre os quais, adivinhem... Angola!
162
Angola
1.9
162
Congo Brazzaville
1.9
162
Democratic Republic of Congo
1.9
162
Guinea-Bissau
1.9
162
Kyrgyzstan
1.9
162
Venezuela
1.9

INTERVALO MUSICAL


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Q.B.


É sabido: a ousadia e a ambição são como o sal e a gordura - em excesso matam.
Por isso, o apelo do venerando chefe de Estado feito aos empresários portugueses para que tenham 'ousadia e ambição' devia ter sido acompanhado de um prudente q. b.
É que as 'overdoses' podem ser fatais. Que o digam o banqueiro Costa e o sucateiro Godinho e, já agora, também os seus amigos que por aí andam a fazer turismo nas 'rotas dos inocentes' e a telefonar aos amigos do peito.

CHAMEM A NATO!


Vai por aí uma insuportável chinfrineira a propósito de uns insultos e umas cuspidelas com que os bósnios receberam a lusa selecção de futebol.
Não percebo bem as razões para tanta indignação (já só falta pedir a intervenção da NATO).
É que, comparando a atitude dos bósnios com a dos adeptos do Sporting, antes, durante e depois dos jogos da sua equipa, acho que os primeiros até foram bem comportados.

DE OUTROS


«Sejamos cristalinos: acreditar que Jesus Cristo andou sobre as águas exige menos fé do que acreditar que as conversas entre Sócrates e Vara têm a inocência de um episódio da Abelha Maia.»
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JOÃO MIGUEL TAVARES
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'DN'

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

NOTÍCIAS DA AFRO-PIOLHEIRA


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«Consumidores angolanos representam 30% das vendas de luxo em Portugal.»
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SIC - NOTÍCIAS

UM IMENSO ADEUS


«De resto, é um contra-senso exigir que os costumes políticos sejam melhores que os particulares. O parlamentarismo não falhou entre nós, por mau regime, mas porque não há fórmulas eficazes para nacionalidades caducas como a nossa.
Conclui-se disto a deliquescência da vida portuguesa, nos seus duplos aspectos da consciência e da moral. Lá começa primeiro uma separação completa e desdenhosa entre os interesses da grossa massa da população, e os da matilha que reparte entre si os dinheiros das rendas públicas, e se crapuliza na porfia escandalosa do poder. Vê-se em seguida a indiferença pública crescer em matéria política, os jornais serem lidos só por passatempo, os actos do governo serem mencionados só como uma variante de anedotas obscenas, a política armar em profissão sem hombridade, em impune chantage, e jornalistas e homens de estado enfileirarem, no conceito geral, logo em seguida aos ratoneiros e aos assassinos.»
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FIALHO DE ALMEIDA
'OS GATOS'

A TUA FACE DA LINHA OCULTA


Já repararam, certamente, que acompanho a vida política portuguesa com grande atenção e maior perplexidade.
E, muitas vezes, não percebo - não consigo perceber - a ascensão meteórica de certos bimbos a cargos políticos de alguma relevância (deputados, secretários de estado, ministros (primeiros e segundos), administradores, etc., etc., etc.
Felizmente, de vez em quando, leio uns jornais, uns blogues, ouço umas rádios, vejo umas televisões, uns filmes no youtube e faz-se luz.
Hoje, li isto: http://instantefatal.blogspot.com e achei a justificação para a alta velocidade que certas figurinhas, figuras e figurões atingem na viagem das berças para os corredores do poder.
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(E a propósito de berças e corredores do poder: como foi possível que a maioria dos portugueses tenha imaginado que destas sapatilhas pudesse sair um estadista? Não chegavam as botas de elástico do outro de Santa Comba? Mais uma perplexidade...).