A apresentação da integral das sinfonias de Ludwig van Beethoven em quatro dias sucessivos  é um exercício de fôlego que convida músicos e público a imergirem num universo artístico colossal. É uma iniciativa que marcará a agenda cultural de Sintra. Se não falha a memória, a última oportunidade semelhante ocorrida em Portugal teve lugar no Coliseu do Recreios de Lisboa em 1973, com a Royal Philharmonic Orchestra e o maestro russo Yuri Ahronovitch. Cabe agora à Orquestra Metropolitana de Lisboa, com o maestro Pedro Amaral, uma experiência que se promete inesquecível.
As nove sinfonias de Beethoven são muito diferentes entre si. Cada uma delas, por si só, é uma obra-prima. Todavia, considerando o conjunto, deparamo-nos com um projeto de dimensão monumental cuja realização não parece alcançável por um só homem. Apesar de todas as singularidades, elas espelham um mesmo desígnio artístico, uma ambição desmedida e todo o comprometimento que acompanhou o compositor ao longo da vida, deixando marcas profundas no decurso histórico da música orquestral. A ideia de sinfonia transformou-se, expandiu-se no âmbito expressivo e chamou a si o mais elevado estatuto entre todos os géneros musicais. Neste sentido, Beethoven foi um verdadeiro revolucionário. «Bebeu» ensinamentos fundamentais em obras como as Sinfonias de
Londres de Haydn e as últimas três sinfonias de Mozart. Questionou todas as regras e acrescentou-lhes uma «voz» própria, fazendo fé na sua genialidade. Tornou-se, assim, numa referência para todos os compositores que lhe seguiram.
Entre muitas outras, há duas características que se distinguem na sua produção sinfónica. Na primeira, a obra musical assume-se como veículo subliminar de ideais filosóficos ou políticos, transcendendo a dimensão puramente estética. A segunda resulta da expressão intensa e despojada dos estados de ânimo do indivíduo. É música escrita «na primeira pessoa», contornando os arquétipos da convivência social dos primeiros anos do século XIX. Reinventou o próprio conceito de Música, agora protagonista da vivência cívica e íntima do Homem, de todo o espetro da Humanidade.
Orquestra Metropolitana de Lisboa | Coro Voces Caelestes
13 de outubro
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 1, Op. 21
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 2, Op. 36
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 3, Eroica
14 de outubro
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 4, Op. 60
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 5, Op. 67
15 de outubro
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 6, Op. 68, Pastoral
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 7, Op. 92
16 de outubro
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 8, Op. 93
L. v. Beethoven Sinfonia N.º 9, Op. 125, Coral
Ficha artística e técnica
Solistas: soprano | Ana Paula Russo | mezzo-soprano Cátia Moreso | tenor Marco Alves dos Santos | barítonoAndré Henriques
Maestro do Coro Sérgio Fontão | Maestro Pedro Amaral
Classificação etária: > 6 anos
Duração aproximada: 90 minutos (com intervalo)
Bilhetes: à venda no Centro Cultural Olga Cadaval e em http://ticketline.sapo.pt/evento/INTEGRAL-DAS-SINFONIAS-DE-BEETHOVEN-OML-15355
Preço: 1ª Plateia: 15,00 euros | 2ª Plateia: 12,00 euros | Balcão: 10,00 euros