sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O 1º CONTEMPLADO NO SORTEIO DO FISCO


FRASES SOLTAS


«A poesia é a única prova concreta da existência do homem. Ninguém decretou a existência da literatura, das artes e da criação. Ninguém decretará a sua extinção, o seu desaparecimento, a sua inutilidade. Temos um dever de resistência perante esta visão empobrecida do mundo, do conhecimento e da ciência. Não há culturas dispensáveis".

Sampaio da Nóvoa

A CPLP REFORÇA-SE

SOL

JORNALISMO RASTEIRO

Há tempos, há dois ou três anos, foi preso um jovem, no Bairro Alto, por ter na sua posse seis doses de haxixe. Um jornalista moderno deu a notícia destacando o nome do pai do miúdo - um conhecido político no auge da sua carreira.
Ontem, um jornal manhoso com muita circulação e com pouca vergonha noticiava, com direito a manchete, a caça a um traficante de droga, destacando o nome do filho - jovem estrela futeboleira.
Em ambos os casos, os 'destacados' não são vistos nem achados nos 'negócios' dos familiares.
Fosse um bloguista o autor de tais baixezas e teríamos o habitual coro dos jornalistas profissionais a insurgir-se contra os desmandos dos irresponsáveis que pululam na blogosfera, sem obediência a códigos deontológicos ou outros códigos civilizados. Mas, como a rifa saiu à casa, segue-se o silêncio e a impunidade. O costume.

O SONHO MOLHADO DE paSSos & Cia.

“Quando o Ministério da Educação mandou construir escolas em todo o país, nos anos 40, os miúdos pobres juntaram-se aos outros para aprenderem os valores do Estado Novo.
Valia tudo para combater os 50% de analfabetismo. Apareciam rotos e descalços para aprenderem o básico. Muitas vezes eram os mais ricos que, envergonhados, se descalçavam à porta da escola para não serem diferentes. Até que Salazar criou uma multa de 25 tostões para quem não usasse sapatos.”

- Fonte: Revista “Sábado/Especial Portugal em 100 imagens” de Maio de 2013

LA NOCHE LLEGÓ OTRA VEZ Y PARA SIEMPRE

Morreu o comandante cubano Huber Matos

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A GRANDE OBRA DO MINISTRO COMPETENTE

DN

CAUSAS D'OURO


DE OUTROS

Neste processo delirante de acordos impossíveis

Acordo Ortográfico de 1990 foi um processo infeliz, tratado nas costas da população dos países lusófonos, como se a língua fosse propriedade de um grupo de linguistas e os governos tivessem legitimidade para mudar por decreto uma língua que não é propriedade sua, mas do país e dos cidadãos.
O percurso errático do AO arrasta-se há 24 anos (ou melhor, há 39, porque começou a ser pensado em 1975) e ainda não está legalmente em vigor, porque as populações lhe resistem e porque, quando se tentou impô-lo pela força de um decreto, o resultado foi o caos.
O que faltará acontecer para que os sucessivos governos reconheçam que pretendem a quadratura do círculo e que estas tentativas pura e simplesmente não funcionam?
No ano passado a presidente Dilma adiou para 2016 a entrada em vigor do AO no Brasil, e, a acreditar nos jornais, tomou essa decisão sem consultar os seus parceiros.
Pretende-se vender-nos a ideia patética de que o português de grafia uniformizada (vulgo, o “acordês”) é a língua do poder e dos negócios, e de que, seguindo o “acordês”, todos seríamos, a reboque do Brasil, grandes potências emergentes, a caminho de um mundo magnífico de poder e riqueza, partilhado por 240 milhões de falantes. Será que não percebemos a irracionalidade desta ideia?
E por que razão o “acordês” seria a língua franca dos negócios? “Acção” e “facto”, por ex., são muito mais compreensíveis para qualquer estrangeiro do que “ação” e “fato”, porque mais próximas de “action” e “fact” – e o inglês continua a ser a língua mais falada nos negócios internacionais.
Manter em cada país a sua variante da língua é uma marca de identidade e um património, que está acima do poder de qualquer governo. Porque os governos passam e mudam, mas as línguas não podem passar nem mudar como se fossem governos.
É natural que o Brasil pretenda maior protagonismo liderando estas alterações linguísticas. Mas os restantes países lusófonos não têm nada a lucrar com isso, só têm a perder. O Brasil, como grande potência emergente que já é, vê o AO a nível simbólico e estratégico. Mas para nós, e para os restantes países lusófonos, o AO não tem qualquer vantagem, desde logo económica: com AO ou sem AO, o Brasil vai sempre cuidar dos seus negócios e interesses, e só deles, o que é perfeitamente legítimo: os países cuidam de si próprios, e tomáramos nós ter em Portugal quem defendesse os interesses do nosso país como Dilma defende os do Brasil. Os laços e afectos só existem a nível das pessoas. A nível dos países, há apenas interesses. Não sentimos isso na pele, também aqui na Europa? As mudanças pretendidas no AO são desnecessárias, e incongruentes. E não aproximam as variantes da língua – porque as maiores diferenças são a nível lexical e sintáctico, e essas manter-se-ão, o que quer que aconteça.
Só dois exemplos: se o AO é fundamental para que nos entendamos, então por que razão no Brasil os livros portugueses, escritos segundo o AO, são traduzidos para o português do Brasil como se estivessem escritos numa língua estrangeira? Por que razão “mesa de cabeceira” passa a “criado mudo”, “ficou pasmado” a “ficou pasmo”, ”foi apanhado pela polícia” a “foi pego pela polícia” etc. etc.?
Por que razão a nós nunca nos passou pela cabeça traduzir para o português europeu Guimarães RosaJoão Ubaldo RibeiroRuben Fonseca ou qualquer outro autor?
Por que razão as livrarias portuguesas têm em todo o lado bancas de livros brasileiros, e a literatura do Brasil nos é tão familiar, quando o inverso não se verifica?
Por que razão há cada vez MENOS estudos de literatura portuguesa nas universidades brasileiras, e cada vez MAIS estudos de literatura brasileira nas universidades portuguesas?
A resposta é simples: porque Portugal se abriu há muitas décadas ao Brasil, cujos autores circulam livremente entre nós, porque os sentimos como se também fossem “nossos”, enquanto o Brasil sempre levantou barreiras alfandegárias intransponíveis aos livros portugueses, que lá chegam a preços proibitivos, e na maior parte dos casos nunca chegam.
A solução não está em “acordizar”, mas em ter um intercâmbio maior e mais simétrico, em conhecer-nos melhor, valorizando as nossas diferenças.
No ponto em que estamos, temos dois caminhos:
O do senso comum, que é reconhecer que a língua portuguesa admite variantes, nos diferentes países onde é usada, o que só a enriquece. Não pode haver qualquer hierarquia entre os países lusófonos, nem entre as suas variantes linguísticas: nenhum país é dono da língua, e nenhum é inquilino. Vamos deixar a língua evoluir naturalmente, a partir de dentro e não por decretos, porque ela é um organismo vivo, e cada país a usa a seu modo, como bem entende e quer, porque ela é sua e lhe pertence por direito próprio. Nenhum país tem o direito de policiar ou fiscalizar o uso da língua em qualquer outro país lusófono. O português não é uniformizável, qualquer acordo é um contra-senso. E, mesmo que fosse possível “acordar” e “simplificar”, o resultado seria imensamente empobrecedor.
Ou entendemos isto e desistimos de acordos, ou vamos persistir por muitas décadas neste processo delirante de acordos impossíveis – um acordo ortográfico falhado atrás de outro, seguido de um já anunciado acordo de vocabulário que irá ser igualmente falhado, e depois um acordo de sintaxe falhado, etc. etc. – …até bater na parede de um imenso Desacordo final, que deixará profundo desgaste e feridas a todos níveis, entre países que sempre souberam entender-se e conviver, respeitando e valorizando as suas diferenças.

Teolinda Gersão
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AINDA A QUESTÃO DA PRAXE

Tribunal Anulação de licenciatura ensombra retorno de Relvas

A discussão sobre a anulação da licenciatura de Miguel Relvas volta à berlinda. A decisão sobre o processo interposto pelo Ministério Público à Universidade Lusófona, no âmbito da concessão irregular de créditos, será conhecida esta semana, a partir do dia 27.
Notícias ao Minuto

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O SANGUE DOS OUTROS NO BANQUETE DA CPLP

Opositor do regime da Guiné Equatorial critica Portugal por aceitar o seu país na CPLP

“Estes dinheiros que vos fazem bajular o déspota são roubados ao povo", diz Samuel Mba Mombe, numa carta aberta a Passos Coelho.

“Surpreende que Portugal, que já sofreu na própria carne os impactos de uma ditadura e que recebeu o apoio e solidariedade de outros Estados, seja hoje o defensor de uma cruel ditadura que sequestra, assassina, prende, tortura”
Público

UM IMENSO ADEUS


                                               Morreu o guitarrista Paco de Lucía


OS LIVROS ARDEM MAL

Feira do Livro do Porto suspensa

Afinal, o Porto não vai ter Feira do Livro este ano. Depois de o vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, ter afirmado que o evento estava garantido e que iria realizar-se na Rotunda da Boavista, as declarações do presidente da APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, João Alvim, pondo em dúvida a realização da feira caso o município não assumisse um compromisso financeiro plurianual, deitaram por terra as negociações. Em comunicado, a Câmara do Porto diz que, neste momento, “não vê satisfeitas as condições de confiança necessárias para a assinatura de qualquer protocolo com a APEL”. (Público)

(Sabe-se: os livros ardem mal. Vem nos livros. Mas há sempre alguém disposto a regá-los com gasolina e a chegar-lhes um fósforo, para confirmar. Que tristeza!)

DE OUTROS

FERVEDOURO DOS DESACERTOS E DESCONCÓRDIAS

O ACORDO ORTOGRÁFICO foi uma aventura – em parte bem-intencionada -- que se deixou levar demasiado longe. Na discussão têm fervilhado as proclamações e os equívocos. Ninguém está livre deles. Não tenho a pretensão de exprimir verdades absolutas. Mas agora que o assunto vai à Assembleia da República, talvez consiga ser útil com algumas modestas observações à margem, fora de argumentários, gesticulações e vozearias. De notar que, seja quais forem as posições tomadas, há, de um e do outro lado, PESSOAS que merecem respeito e cujo apreço pela Língua Portuguesa não pode ser posto em causa.
1 --. Nem tudo o que muda é progresso. Uma amputação é uma mudança. O apodrecimento também é um processo de transformação. Mas mudar para pior não é progresso, é regresso. Parece-me equivocado colocar as «simplificações» e as «uniformizações» do lado das aspirações sociais. Diminuir o alcance de um texto (cerceando-lhe a memória histórica, por exemplo) é empobrecer quem o lê. E isso não é «moderno», muito ao contrário, é uma limitação à liberdade.
2 – O chocalhar de quinas, sabres e castelos, com gritos de «sus! A mim!», como se a Pátria imemorial estivesse ameaçada e as cinzas dos nossos maiores estremecessem nos seus túmulos, parece-me que vem em má ocasião. Não é isso que está em causa. Ninguém pretende desacatar D. Afonso Henriques.
3 – Alguns escritores e outros práticos da Língua pensam (como Saramago disse a propósito de uma tentativa de acordo ainda pior) que «isso é coisa para revisores». Eu tenho uma enorme estima por revisores, com quem venho aprendendo muito. Têm-me poupado alguns deslizes e até dispensado – o que muito agradeço – de me exasperar com minudências e ambiguidades não raro antipáticas. Ao contrário do que pensa a sabedoria popular (com a sua atávica propensão para o erróneo), os escritores não têm que papaguear a gramática de cor. Mas a gramática não serve apenas «para dar o pitoresco» como ironizava Mark Twain. Valerá a pena, pelo menos, dar notícia de um desconforto.
4 – O que não vale a pena é bramir, vociferar, pôr-se aos encontrões e transformar a questão em matéria de claque clubística, na disputa pelo alarido mais ruidoso.
5 - A língua é uma realidade entranhada, que evolui e se transforma em interacção com as transformações sociais e históricas, e de acordo com as suas próprias leis (às vezes misteriosas). Não me parece adequado usá-la para experimentações. «Pesquisas fazem-se em casa, já dizia a minha avozinha que era escritora» escreveu algures Alexandre O’Neill. Impõe-se a máxima cautela quando se toca em aspectos relacionados com um uso quase milenar e com um corpus literário apreciável. A ortografia não é tão neutra como se pensa. Os matizes, as deslocações de sentidos são de uma extrema sensibilidade
6 – Tremendo e custoso equívoco tem sido considerar-se que as questões da língua são com os linguistas. A derivação «língua>linguista» leva muitas pessoas, com bom ânimo, a fiar-se nas aparências e a pensar que os linguistas estão na primeira linha da discussão sobre a Língua. O engano ainda cresce com a invocação de alguns nomes prestigiadíssimos (e com razão) naquela especialidade. Não é o caso, como parece evidente, do Doutor Casteleiro. Trata-se, no meu entender, de um erro completo. Talvez eu consiga explicar isto melhor com exemplos: Um osteopata que saiba tudo sobre o esqueleto humano está preparado para dar consultas de psiquiatria? Um engenheiro naval, hábil em desenho, está apto a comandar um navio? Enfim, confiariam um batalhão a um historiador militar? Note-se que eu não tenho nenhum rancor a linguistas. Muito ao contrário. Por alguns – que até poderia nomear – tenho uma afectuosa admiração. Mas chega a ser injusta para eles a responsabilidade que lhes tem sido atribuída nesta questão ortográfica.
7 – Infelizmente, não é pela ortografia que o Português de Portugal e do Brasil divergem. Esta talvez seja, até, a disparidade mais insignificante. Não vale a pena estar a trazer para aqui exemplos que são do domínio público e só não os vê quem não quer É um problema sério para que eu não tenho soluções e que merecia ser ponderado, calmamente, cautelosamente, por quem tivesse os necessários saber, experiência e perícia. Um ou outro linguista, creio, seria até bem vindo a esse trabalho.
8 – Tem aparecido com alguma frequência o fantasma do «conformismo». Que as pessoas estariam acostumadas a escrever de certa forma e existiria um lastro de inércia, inimigo das melhorias e transformações, sempre a puxar à retaguarda… Esse argumento é utilizado precisamente pelas pessoas que já se acomodaram à prática do acordo ortográfico (nas escolas, nos jornais, etc.) e têm medo de que as façam estudar de novo. Não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Bastam, de facto, umas noções elementares daquela etimologia que fizeram desaparecer das escolas, não se sabe a que propósito. Porventura certo desprezo subliminar pelo ensino de massas, pois, em algumas almas, tratando-se de educação para pobres, «para quem é, bacalhau basta».
Acho que se vai a tempo de reconsiderar. Desmobilizar a aventura. Acredito que os custos da manutenção do acordo viriam a ser mais graves que os da suspensão. Não há pressa. E não gostaria de ver os defensores do acordo na posição de vencidos que grande parte deles, pela sua boa-fé, não merece.
E aqui ficam estes pontos que espero contribuam um pouco para a discussão serena do Acordo Ortográfico. O meu propósito, não sei se conseguido, é evitar as toadas agressivas que por aí têm chegado quase ao destempero.
Vamos com calma.

Mário de Carvalho
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

UM IMENSO ADEUS

No dia 4 de Janeiro de 2005, no aeroporto de Maputo, tive um encontro imediato de terceiro grau com um monstro sagrado: Mário Coluna.
Fui o primeiro passageiro a sair do avião e, sem o problema das bagagens, fui o primeiro a chegar à porta de saída. O Coluna estava lá e, talvez por ter sentido o cheiro de um benfiquista, prendou-me com um simpático 'boa tarde'. Parei, inclinei ligeiramente a cabeça em sinal de respeito e respondi: 'boa tarde, velha glória'. Vi-lhe um sorriso aberto quando me respondeu 'muito obrigado'.
A conversa ficou por aqui porque a minha timidez inchou até à cobardia. Ficou por dizer quanto me encantava a sua arte a mover os cordelinhos de uma equipa, de jogar como um príncipe e obrigar os outros a imitá-lo. Ficou por contar os gritos  e os saltos de alegria que dei quando ele marcou  os dois terceiros e monumentais golos, nas finais europeias de 61 e 62, com o Barcelona e o Real Madrid. Não agradeci - e devia ter agradecido -  o autógrafo que me deu, muito mais lá para trás, em Ferreira do Alentejo, na Estalagem Eva, depois do almoço que antecedeu a abada de 8-1 com que o Benfica despachou o Desportivo de Beja, num jogo da taça de Portugal.
Tudo isso silenciei e digo agora. Mas agora é tarde. 

FRASES SOLTAS

"A minha candidatura é evidentemente do bloco central e estruturante da esquerda portuguesa."
Francisco Assis
Expresso
“Será mais fácil fazer aliança com uma direita que, entretanto, se terá livrado da tentação neoliberal que hoje marca claramente a actual maioria.”
Francisco Assis
RR

DE OUTROS

«Ficámos aleijados a escrever em português. Por determinação da lei que impôs o Acordo Ortográfico como medida política de aproximação com os países de língua oficial portuguesa. Os quais, afinal, enjeitam tal medida, pois não o adoptaram! E aleijados também porque ninguém entre nós sabe escrever segundo o Acordo, tão impossível de fixar ele é, ilógico nas suas regras, infinidade de excepções e hipóteses de escrita múltipla. Não se consegue fixá-las, é preciso decorar o que está correcto e o que não está! Não há hoje quem saiba escrever em Portugal segundo o Acordo: escrevem os correctores automáticos (ditadores mecânicos da linguagem que “faz” cultura: como Deus a fazer um “pato” com o Diabo, num livro de Saramago; como a locutora da TV que lança um “réto” (“repto” quis ela dizer, e não “recto”) ou como o aluno que, lendo sobre “a Imaculada Conceção”, passa a escrito como “Imaculada Concessão” – exemplos sem fim, que parecem anedota, se é que tudo isto o não é… Por uma vez, as piadas deixam de fazer rir em Portugal, pois é o ser humano, física e mentalmente, que o Acordo Ortográfico agride, já que a saúde do indivíduo reside também na sua fala e poder de escrita, e ambas se interpenetram.
Não vale a pena exibir mais agravos do Acordo Ortográfico: as críticas que lhe têm sido feitas chegam e sobejam para entendermos o seu alcance de danificação, em expressão e raciocínio, a curto prazo (e já actual!), no falante luso. E as implicações a vir na descida do nosso nível cultural, profissional e económico, no futuro. É uma amputação! Quem aprovou a lei não o supunha, talvez. Embora tenha havido claros pareceres e advertências, na altura devida – e os responsáveis fizeram, no sentido mais próprio, ouvidos de mercador.»
Maria Alzira Seixo
Público

MIRÓ, 1937


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

CIRCO NO COLISEU


CIRCO NO COLISEU

«Passos Coelho é um bom ator. (...) Com o apoio de outro artista conhecido, Cavaco Silva - que desde 1979 desempenha sempre o mesmo papel, o de economista coagido a tornar-se "político acidental" - o líder partidário conseguiu, depois de eleições antecipadas, tornar-se a primeira estrela da companhia. (...) Outro comediante da praça, Luís Montenegro, já havia sentenciado: "A vida das pessoas não está melhor, mas a do País está muito melhor.
Viriato Soromenho Marques
DN

CIRCO NO COLISEU



"Caramba, 40 anos! Comecei a ficar comovido." 

Marcelo Rebelo de Sousa

domingo, 23 de fevereiro de 2014

OS MALEFÍCIOS DA PROPAGANDA

Sem desligar a televisão durante dois dias e meio, não há como escapar ao congresso do maior partido de extrema-direita, imprópria e teimosamente designado por PSD.
A coisa de política tem muito pouco e o que tem é risível (p.e.: Portugal está melhor e o partido da fome, do desemprego e da venda do país a retalho é social-democrata). Não passa de uma feira de vaidades onde os figurões se abraçam, escondendo as navalhas de ponta e mola para acertos de conta futuros, e as figurinhas têm direito a dois minutos de fama para gáudio dos matarruanos lá da paróquia. Nada que traga grandes males ao mundo.
Mas, cuidado!, a organização da coisa está a cargo de técnicos de marketing e com a importância que lhe dá a comunicação social, o conclave transforma-se numa gigante e monstruosa operação de propaganda que pode ter os seus efeitos e causar danos sérios... 

SIGMARINGEN

O excelente romance de Pierre Assouline, Sigmarigen, fala-nos dos últimos meses da ignomínia da França 'oficial', a França da traição, a França da baixeza, a França de Vichy. No palácio que dá nome ao romance e onde Hitler recebeu os seus preciosos colaboradores, circulam, como num teatro de sombras, as figuras sinistras do Regime.
Nas instalações do andar superior, Philippe Pétain, o presidente/palhaço. Nos corredores e gabinetes dos outros andares ou passeando pelos belos e cuidados jardins, as figuras sinistras de Pierre Laval, chefe do governo, cuja presença causava repulsa física até aos mais chegados, tal era o contencioso que a criatura tinha com os produtos de higiene, Abel Bonnart, o ministro duplamente passivo, e todas as outras figuras, figurinhas e figurões de Vichy que escreveram as mais negras páginas da história de França. 
Os tribunais especiais, as prisões e o paredón (só para alguns) estavam a umas centenas de quilómetros e a uns meses de distância.
E, agora, uma confissão: avanço na leitura e, misteriosamente, lembro-me de Eça de Queiroz e de Ramalho Ortigão. Será porque ambos consideravam Portugal uma imitação da França traduzida em calão ou em vernáculo?
Mistério...

 

FRASES SOLTAS


«O meu primeiro pacto com a vida é com a leitura.»


Maria Teresa Horta

EXPRESSO

A GARGALHADA DO DIA

Passos Coelho: “País está melhor e PSD é social-democrata”


CM

sábado, 22 de fevereiro de 2014

ENTRE UM 'JOTA' E OUTRO 'JOTA', VENHA O GORILA E ESCOLHA

Fotos EXPRESSO

UM INVESTIDOR ESTRANGEIRO COM MAU FEITIO

Investigadora denuncia nove execuções sumárias na Guiné Equatorial nas últimas duas semanas

A investigadora portuguesa Ana Lúcia Sá disse nesta sexta-feira que não sabe se a pena de morte será algum dia abolida na Guiné Equatorial, uma vez que, há apenas duas semanas, nove pessoas foram “executadas sumariamente” no país.
“Sabemos que a pena de morte não foi abolida ainda na Guiné Equatorial e não sabemos se será abolida. Sabemos que, há duas semanas, foram executadas nove pessoas na Guiné Equatorial”, disse à Lusa a investigadora do Centro de Estudos Africanos do ISCTE, que já realizou um estudo sobre o ciberactivismo na Guiné Equatorial, publicado em 2011.
De acordo com a especialista, estas pessoas foram “sumariamente executadas sem direito a uma apelação”.
A suspensão da pena de morte, que, segundo anunciaram na quinta-feira em Maputo as autoridades da Guiné Equatorial, está em vigor há quatro dias, conclui o roteiro exigido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a adesão do país ao bloco lusófono, pedida oficialmente em 2010.
Na quinta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da CPLP recomendaram a adesão da Guiné Equatorial ao bloco lusófono. O país liderado por Teodoro Obiang é observador da organização desde 2006, mas a adesão como membro pleno foi adiada nas cimeiras de Luanda e de Maputo, por se considerar que o país não cumpria os requisitos necessários.
Uma moratória sobre a pena de morte era uma das condições, a par da promoção do uso da língua portuguesa, para a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, estabelecidas pelo bloco lusófono na cimeira de Luanda, em 2010.
Público

SUGESTÃO


AS CAUSAS E AS CONSEQUÊNCIAS

UM PARTIDO DE CAUSAS

E COM PROVAS DADAS:

HUMOR NEGRO

Lisboa

Sem abrigo ficou sujeito a termo de identidade e residência
O homem de 33 anos, detido por furto, não tem onde morar mas fica obrigado pelo tribunal a não mudar de residência nem dela se ausentar por mais de cinco dias sem comunicar a nova morada ou o lugar onde possa ser encontrado

DN

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

DEVER DE MEMÓRIA



Il y a soixante-dix ans, le 21 février 1944, en milieu d’après-midi, vingt-deux jeunes hommes (les deux plus jeunes avaient 19 ans et le plus âgé 46 ans) étaient fusillés par les nazis au Mont-Valérien. La seule femme du groupe, Olga Bancic, n’eut pas eu le droit de mourir avec ses camarades de combat: emmenée en Allemagne, elle sera décapitée à la prison de Stuttgart.
Epopée héroïque
Ainsi prenait fin l’épopée héroïque du groupe FTP-MOI de la région parisienne, dirigé par le militant communiste et poète arménien MIssak Manouchian. Six mois plus tard, Paris serait libéré, mais pour l’heure, les nazis et leurs supplétifs parisiens de la police de René Bousquet se vengeaient, tant qu’ils le pouvaient encore.

FILOSOFIA DA LOJA MOZART


CPLP - COMPANHIA PROFISSIONAL DE LAVAGEM DE PITROL

Guiné-Equatorial é aprovada por unanimidade
Ministros da CPLP aprovam recomendação para a entrada do país na organização.
Rui Machete "confortável" com a decisão.
EXPRESSO

RECEITA DE CALDEIRADA DE CHERNE





Bruxelas pede mais cortes nos salários

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE CONGRESSO


KIEV


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

BELAS-ARTES


KIEV

DE OUTROS

 «Parte da colorida multidão, reunida na celebração de um livro dedicado a Vítor Gaspar, parece aceitar como seu um "Portugal de dois-terços". Um país redesenhado, ou "reformado" (?), largando o lastro inútil de três milhões de desempregados, pensionistas, artistas, e outros proscritos pela religião revelada do darwinismo de mercado.»
Viriato Soromenho Marques
DN 

UM CANTOR NO COLISEU

Foi há quarenta anos, no Coliseu. Éramos cinco mil. E eu nas galerias, depois do aperto dado pela polícia de choque, no hall e nas escadas. Cantámos em coro e não desafinei. Repetimos. E eu sempre afinadinho. Era a 'Grândola, Vila Morena'. Moda subversiva, ainda. Senha, hino e livre seria só umas semanas depois.
O Fernando Tordo também lá estava e cantou. A 'Tourada', primeiro, a solo, a 'Grândola' com todos os outros, em final apoteótico.
Lembro-me pelas boas razões. Talvez outros se lembrem por razões diferentes. E nunca tenham perdoado a ousadia...


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ADEUS TRISTEZA

Carta ao pai

por João Tordo, em 19.02.14
 
 
 

LEGENDAS POSSÍVEIS

«Vem a meus braços que são porto Seguro»
«Sim, se o Dias Loureiro apresentou o livro do Sócrates por que razão não poderia apresentar o teu?»
«Juntos arrasaremos os mercados!»
«Deixa-te estar sentado para não parecermos dois matraquilhos»

DE OUTROS

O grau zero da ignomínia


por BAPTISTA-BASTOS

Nas celebrações dos 500 anos das Misericórdias, as televisões filmaram o ministro Pedro Mota Soares, compungido e piedoso, a assistir à liturgia na igreja de Castelo Branco. Um momento de estremecida devoção. Nas orações que acompanhou, afeiçoado de dó e ungido de evidente santidade, o ministro Mota persignou-se, genuflectiu, beijou a mão, tomou a hóstia, certamente pedindo perdão ao Criador pelas malfeitorias infligidas ao mundo dos que trabalham ou que trabalharam. Nós.

O ministro Mota denuncia um rosto de santo de altar, atormentado e macerado, como convém à clemência exposta. O ministro Mota não é uma criatura de Deus: é um adjectivo. Diz-se militante do CDS, mas não propende para "democrata-cristão", tendo em conta a violência dos decretos que assina. Será, quando muito, um servente do ideário neoliberal, que tem desgraçado o País e destruído o que de melhor a pátria possui: a história e a juventude. Depois, pelo que se ouve e diz, vai às missas de domingo, acaso pedir as bênçãos do céu e a absolvição a Jesus.
 
DN

QUANDO AS 'PRAXES' NÃO ERAM NO MECO