domingo, 31 de março de 2013

DE OUTROS


Faltam psicólogos para analisar Sócrates

A entrevista de Sócrates, mais do que analisada por comentadores, políticos, jornalistas e críticos, deveria ser analisada nos media por psicólogos e psiquiatras.
Anda-se a iludir o que só alguns escrevem a medo: para avaliar o político Sócrates, é preciso considerar o seu perfil psicológico. Sócrates é um caso psi, mitómano, narcísico ao ponto de anular o mundo exterior e negar a realidade e a verdade, diminuído na capacidade de agir por valores éticos. O seu autoritarismo de perfil patológico confunde-se com convicção política e carisma.
Eduardo Cintra Torres
CM

INTERVALO MUSICAL

EFEMÉRIDES

NIASSA 1971
http://www.youtube.com/watch?v=44LvF6RndsI

UÍGE 1973


Passageiros de porão


«CARTAS PARA Q.» (2ª EDIÇÃO)

Niassa, Atlântico, 1 de Abril de 1971

Q.,

Há frases que, recorrentemente, a propósito de isto ou de aquilo ou, por vezes, sem propósito nenhum, me vêm à memória. Creio, de resto, que o mesmo acontece com muita gente. Quantas vezes citei: «Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendia haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo» e tive como resposta imediata da pessoa que me escutava: «Gabriel Garcia Márquez - Cem Anos de Solidão».

Hoje de manhã, ainda um pouco ensonado e saindo devagar de uma noite mal dormida, em luta acesa com um vómito que o balanço do navio, violento desde a saída do Tejo, me provoca, dei por mim a sussurrar para as paredes do camarote «Um dia de manhã, ao acordar dos seus sonhos inquietos, Gugor Samsa deu por si em cima da cama, transformado num insecto monstruoso» e, à falta de interlocutor, eu mesmo acrescentei: « Franz Kafka - A Metamorfose». Os sonhos inquietos e as inglórias insónias que adivinho para os próximos dois anos, se os conseguir viver e ,vivendo, para os anos seguintes (stress pós -traumático de guerra  se chama e nas Américas se estuda, herança do Vietname, coisas de ricos, lá vamos nós dizendo na nossa orgulhosa pobreza franciscana) e as tristezas acordadas e repetidas que já vivo e certamente continuarei a viver neste Portugal de Além e Aquém Mar, se ao Aquém conseguir regressar são e salvo, como se diz, e eu espero ver acontecer? Que a ausência de Deus venha em nosso auxílio (inspiração Holderliniana)! Pois que aconteça e eu esteja cá para ver, mas sem essa metamorfose monstruosa de que foi vítima o nosso amigo Gugor Samsa e pela qual têm passado, as mais das vezes sem darem por isso, muitos soldadinhos mansos e de chumbo nascidos e criados tanto nas cidades grandes como nas berças, para obedecerem a quem manda (Salazar, Salazar, Salazar!) e logo, quase por artes mágicas ou milagre da Nossa Senhora (de Fátima?), metamorfoseados em matadores exímios e coleccionadores de dedos e orelhas de pretos conservados em frascos de álcool - e viva a ditosa pátria que tais filhos tem.
Nicolas Guillen, lembras-te?

Soldado no quiero ser,
Que así no habrán de mandarme
A herir al niño y al negro,
Y al infeliz que no tiene
Qué comer.
Soldado así no he de ser


Enfim, fados e fátimas, falta o futebol. E, já agora, para promover a trilogia a tetralogia dos lusos «éfes», agora em vernáculo casernícola, desabafante, desopilante : foda-se. E deixemos assim a tentativa de psicanálise a pataco (como o prometido bacalhau em tempo de eleições livres) e fiquemos pelos aconteceres banais destes dias de chumbo.

Ontem, às sete da manhã, depois de sair de tua casa, ainda na rua da Creche, onde a morte (com a pide) saiu à rua para se cruzar com o escultor José Dias Coelho, uma miúda, de uns doze ou treze anos, alta, bonita, com ar de colegial, um pouco vaidosa, pareceu-me, prometendo já mulher e peras para anos vindouros, vendo-me fardado e com os sacos de lona dos camuflados às costas, fixou-me e murmurou de forma quase imperceptível: ‘nunca mais acaba a guerra’. Logo a seguir, na pastelaria ‘Taiti’, no largo do Calvário, onde entrei para beber uma ‘italiana’, uma mulher igualmente bonita declinou o nome (Olga) e o curriculum: vendedora de frutas e legumes, estabelecida com banca no mercado de Alcântara e fez questão de me pagar o café impondo regras para a retribuição: ‘Se regressar com saúde do calvário para onde vai, não se esqueça de voltar a este Calvário para me retribuir com uma ginginha’. «Prometo», disse.
Já no táxi, que apanhei junto do cinema ’Promotora’, para o cais da Rocha do Conde de Óbidos, o taxista me incentivou a ‘matar os pretos todos, esses terroristas de merda, e acabar depressa com a guerra’. Não lhe respondi. Limitei-me a arrepanhar a cara e imitar um sorriso amarelo para o espelho retrovisor do carro, por onde ele me observava. Já no cais, depois de tirar do porta-bagagens os sacos de lona e de receber o dinheiro do frete voltou a dizer-me, desta vez com uma já íntima palmadinha no ombro, deixando escapar o seu hálito bagaceiro de mata-bicho recente: «não se esqueça de acabar com os pretos». Respondi-lhe, também com uma palmadinha no ombro, e com voz suave: «e você não se esqueça de ir para o caralho e leve consigo todos os taxistas que gostam de transportar clientes com cruzes de guerra ao peito e outras cruzes às costas. Ficou de boca aberta, mas calado. Virei-lhe as costas e caminhei na direcção de um grupo de soldados que fumavam em silêncio.


(Quem poderia aaquele tempo falar em outra cousa
senam em armas e em percebimento de guerra?)


Independentemente dos juízos de valor que possam ser feitos sobre cada uma destas pessoas, parece-me evidente que ao fim de dez anos de guerra se começa a sentir a necessidade de lhe ver um fim. A guerra cansa, a guerra fere, a guerra mata. E não há censura que consiga impedir que a evidência agrida os sentidos dos cidadãos, não há repressão que ponha fim aos sussurros crescentes das pessoas. E elas sabem, porque ouvem, porque vêem, dos feridos, que deficientes ficarão, do Hospital da Estrela e do Anexo de Campolide, das próteses na Alemanha e do regresso pela base aérea de Beja, elas sabem dos cemitérios com campas de jovens ex-combatentes, ou assim chamados, e de outros ’mortos sem sepultura’ que por terras de África ficaram, elas sabem de filhos, sobrinhos, cunhados, primos, namorados, vizinhos que partiram jovens, por vezes quase sem barba, e, meses depois, vinte e quatro no máximo, regressaram velhos e doentes de tropicais doenças e de loucuras várias (o clima, apanhados pelo clima, dizem alguns com ligeireza e, por vezes, riem mesmo). Sabem e vão falando ainda que em voz baixa e mansa. E falam mesmo as pessoas que se recusam a acreditar que a expansão portuguesa (da fé e do império), tão orgulhosamente propagandeada nos compêndios do regime, há muito entrou em inevitável e imparável refluxo. Embora pensando em vitórias impossíveis, também elas querem o fim da guerra.

Bom, avance a marinha, submarinos à frente, como dizem os militares sem que ninguém saiba muito bem o que a frase quer dizer, e reembarquemos no ‘Niassa’ que se despediu do rebocador com o toque cavo e quase sinistro da sirene e que aos nossos ouvidos soa a tiro de partida para corredores de corta-mato que se sentem entregues aos bichos, agora navio a navegar neste Atlântico -mar lusitano, como lhe chamava a propaganda do Estado Novo, receosa dos olhares gulosos que de todos os cardeais e políticos pontos se derramavam sobre as estratégicas ilhas dos Açores e Cabo Verde, em tempo de outra guerra (a mundial e segunda), sem bandeira, pirata, pois, aos olhos dos marítimos e internacionais direitos, por segurança e medo anunciado de aviões de reconhecimento que de costa africana podem partir para ver e denunciar. Dizem-me, e eu acredito, que navio mercante de transporte de tropas adquire estatuto de vaso de guerra à luz das normas de bom comportamento aceites por todos em convénios internacionais, pacíficos países e beligerantes parceiros. Navegação lenta, para a Guiné lentamente e sem força - com dez anos de cansaço - a nós poucos, que o estado do mar a isso obriga, diz o comandante da nau.


O vómito, permanente há mais de vinte e quatro horas, provocado pelo balanço de vagas enormes e incentivado pelo cheiro a vomitado que sai dos porões e se mistura com o enjoativo cheiro da tinta fresca com que o vaso se enfeitou em Lisboa. Insuportável. Como insuportável e obscena é esta divisão de classes respeitada mesmo quando se trata de carne para canhão: oficiais na primeira classe, sargentos na segunda, cabos e soldados no porão que já foi de gado e de mercadorias, em beliches de três andares.
Lembro-me dos refugiados da guerra civil espanhola, fugidos da fúria assassina das tropas de Franco - caudilho de Espanha pela graça de Deus, abençoado por Igreja (a católica, a apostólica, a romana que também agora abençoa a guerra colonial,

No coração deste Rei ferveu sempre tal zelo da honra de Cristo, e amplificação da sua fé, que não perdoando a muitos gastos de sua fazenda, nem à morte de seus naturais, fez adorar o precioso sangue de Cristo aonde dantes o dos brutos animais se sacrificava: e isto tão longe de seus Reinos, e Senhorios, quão perto ele está no paraíso, que por esta empresa mereceu. No seu tempo em Guiné, e toda a Costa de Etiópia os negros, que então viviam nas cavernas da terra ao modo de brutos animais, sem polícia humana, sem lei, sem figura de Justiça, sem direito humano, nem divino: deixadas as trevas em que viviam, levantaram Templos a Cristo, em que é louvado seu nome, e altares, em que se oferece cada dia seu corpo, e sangue santíssimo.


a nova cruzada em África, que espalha a mensagem do Senhor no meio de bombas de avião e metralha de G3. Louvada seja a acção de Sua Eminência, o cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, amigo e cúmplice do assassino de Santa Comba, agora só cúmplice de seu sucessor) que construiu um trono em cima de um milhão de cadáveres - recheada de moura e fascista ferocidade e recebidos em campos de concentração, em Barrancos, onde só o tenente Seixas, da Guarda Fiscal, lhes dispensou um tratamento humanitário, contra ventos, marés e ordens superiores vindas dos civis da pide e dos militares da guarda republicana e do exército. Pagou cara a dignidade, o tenente Seixas, mas sempre a dignidade teve um preço - e nunca baixo. Leis do mercado: coisa rara, coisa cara. Assim com a dignidade.
Foi no ‘Niassa’ que esses refugiados viajaram, de Lisboa para a Galiza, depois de encurralados uma noite na praça de touros de Moura (onde, certamente, pensaram nos fantasmas da praça de touros de Badajoz, ali tão perto - milhares de fuzilados,(há quem diga quatro mil) e de uma viagem de comboio. Passaram por Beja e houve quem lhes oferecesse pão e cigarros através das janelas altas, dissimulando gestos, que os ‘vigilantes‘ polícias presentes estavam em defesa do Estado. O Melo Garrido, ao tempo jovem repórter e, depois, director do ‘Diário do Alentejo’ viu e, muitos anos depois, numa noite fria, no café Luís da Rocha, em Beja, onde aportámos ambos, vindos de uma sessão de propaganda eleitoral da CDE, contou-me. E agora a ti te reconto esta história triste que também mete ‘Niassa’. Coincidências.

E, agora, a vidinha a bordo, um dia passado - e os outros cinco que faltam não irão ser muito diferentes- resume-se a isto: levantar, depois de uma noite literalmente agitada pelas águas em que o pouco sono que chegou só se instalou depois de eu ter posto uma almofada nas costas, a fazer de calço de travão, para me travar o corpo e eu não cair do beliche e andar à reboleta pelos cantos do camarote.
Pequenalmoçar frugalmente, maneira de dizer, porque, de facto, não comi nada, apesar da oferta variada e bem apresentada (estou a falar da primeira classe, da classe de oficiais, é preciso não esquecer), apetecível aos olhos de todos e aos estômagos dos mais resistentes ao enjoo. Café, muito café com cigarros, muitos cigarros - vim bem abastecido de ‘Gitanes’ que me trouxeste de Paris. Larachas, algumas larachas, para fingir participação na conversa que à minha volta passa e, de todo, não me interessa, maneira de mascarar a solidão e a marginalidade que sinto. Serve para passar o tempo. E a passagem do tempo é tudo quanto quero, pelo menos, nos próximos dois anos para que o soldadinho, finalmente, volte do outro lado do mar.
Passeio pelos decks, com cuidado para não cair que o mar não se mostra colaborante. Na segunda classe, a dos sargentos e furriéis, larachas, mais larachas. E mais uma descida, mais uma viagem, como nos carrosséis de feira, até à gente de terceira classe, como no transatlântico do José Rodrigues Miguéis, gente que, saindo do nada irá chegar à miséria (Marx, o Groucho), só que, desta vez, fardados: cabos e soldados. E no regresso a Lisboa, trará o ‘Niassa’ mais uma classe de passageiros, os de quarta, num porão ainda mais fundo e que às famílias serão entregues em urnas de chumbo cobertas pela bandeira nacional com direito a funeral ao som de balas de salva, no cemitério da aldeia. Mortos ou vivos mas nunca derrotados, assim regressarão, cumprindo as ordens dos tiranos e tiranetes que o fazem em nome dos superiores interesses da nação.
E a descida acaba aqui, que o cheiro vindo do porão puxa o vómito. Nem a laracha consente. É zarpar e depressa. Para o deck da primeira classe que vai mais higiénico e tem melhores vistas (para o mar e só para o mar, mar por todos os lados). Leitura tentada mas, por impossível - cabeça e mar não ajudam - logo abandonada. O mar. A contemplação, primeiro, o tédio, depois. Assim será, certamente, até Bissau. Faltam cinco dias.
O almoço - servido por criados, também eles fardados a rigor, mas civil, com os casacos brancos e laços pretos e os salamaleques que sempre usaram nas viagens e cruzeiros turísticos e ainda não esqueceram, respeitando a hierarquia imposta pelos regulamentos militares que desmultiplica a primeira classe em mais três classes: a primeira, dos oficiais superiores, a segunda, dos capitães e a terceira, dos subalternos - é composto por pratos aparentemente bem confeccionados mas que não provo. Fico-me pela sopa servida em prato que não posso largar sob pena dele voar para o meu colo ou para o colo do vizinho da frente.
Depois, café, mais café. Cigarros, mais cigarros. Recuso o álcool, para almareio já tenho que baste e o estômago não está para esses convites. Pasmo, até, de ver tanta bebedeira a bordo. A seguir, a carteação que se pratica para todos os gostos, da paciência à sueca, do ‘king’ ao bridge, a feijões ou a dinheiro mas, basicamente, com um único fim: disfarçar a lentidão dos ponteiros dos relógios.
Ao jantar e depois dele, tudo, se não igual, pelo menos semelhante mas, desta vez, com a actuação da orquestra do navio que bem se esforça para amenizar a tristeza que, por aqui, é moeda corrente.
Conheço o saxofonista que tocou na ‘Pax-Júlia’, orquestra lá do burgo, Beja depois dos romanos e dos árabes, que animava os inesquecíveis bailes da minha juventude (capa e batina, meninas atracadas, caras encostadas, ligeiros toques de coxas, discretas apalpadelas, o erotismo possível, com tímidos gozos de ambas as partes, longe dos olhares dos pais - no bar - e das mães - nas mesas cheias de pirolitos e laranjadas - onde nos dirigíamos para ,cerimoniosamente, perguntar «a menina dança?», com o coração aos saltos pelo medo de uma ‘tampa’. E, depois de resposta positiva, os tangos, ‘paso dobles’, mais tarde, o ‘twist’. Bons tempos, digo eu agora, parecendo um velho a desfiar memórias.
E, depois das valentes musicadelas, outra vez as cartas: mais sueca, mais king, mais bridge, mais paciências. E amanhã e depois e depois, certamente, assim será. Como nota humorística nesta noite monótona, apenas a ‘caça’ ao alferes iniciada por um capelão da Marinha, maricão exibicionista, que nos acompanha e se mostra mais interessado no sexo dos homens do que na salvação da sua alma, irremediavelmente dividido entre o desejo de ver o ‘Niassa‘ transformado, por artes mágicas, numa mini-Sodoma e a deontologia que o ‘obriga‘ à obediência aos divinos Mandamentos. Não teve sorte na caçada (Deus também não deve tê-lo ajudado. E essa ajuda é decisiva em todas as actividades humanas, mesmo naquelas viradas para as partes baixas). Sorte tive eu por ele (capelão, representante da lusa cleresia e tenente) não marrar comigo, talvez por achar pouco atraente um tipo amarelado, com ar quase feroz de quem tenta domar a revolta e o enjoo. Se o tivesse feito, lá teria eu de o mandar fazer companhia ao taxista de Lisboa, com a insensibilidade diplomática que sempre acompanha as minhas respostas a perguntas de respostas rápidas.
Farto, regressei ao camarote para te dar, em recato, os beijos que aqui ficam em envelope fechado até Bissau, de onde os enviarei com muitas saudades de todos os outros que trocámos ao vivo e que foram muitos e bons.

Mas estas memórias refrescam minhas chagas, e renovam minhas saudades, porque me vejo morrer em terras alheias.

Teu,

P.
.
Do livro (inédito) "CARTAS PARA Q."

sábado, 30 de março de 2013

A DEMOCRACIA DO PITROL


Polícia angolana impede manifestação e prende activistas

Uma manifestação destinada a denunciar o desaparecimento de dois activistas políticos angolanos, marcada para este sábado em Luanda, não se realizou por intervenção das forças de segurança. De acordo com dados recolhidos pelo PÚBLICO, alguns dos que se preparavam para se manifestar foram presos (entre eles o músico Luaty Leitão) e os outros dispersados.
O protesto foi organizado pelo Movimento dos Jovens Revolucionários para denunciar a prisão/desaparecimento de de dois activistas, Isaías Kassule e Alves Kamulingue, envolvidos nos preparativos para uma manifestação de protesto contra o Governo em Maio do ano passado. O seu paradeiro é desconhecido até hoje e os seus nomes são mencionados no documento do Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas que critica o Governo de Luanda nesta matéria.
Público

INTERVALO MUSICAL

O RELVAS


Licenciaturas na Lusófona poderão ser anuladas (CM)

Lá se vai, pois, o DOUTOR Relvas.
E como o povo já desclassificou o SENHOR Relvas, fica o Relvas.
O Relvas das célebres tiradas éticas: 
"Eu quero chegar a casa, depois de ganhar as eleições, todos os dias e quero que a minha filha tenha orgulho daquilo que está a ser feito", disse o porta-voz do PSD, acrescentando: "Eu no lugar do engenheiro Sócrates tinha vergonha, eu se fosse parente do engenheiro Sócrates escondia que era parente dele".

DE OUTROS

«Este é o drama de Cavaco: toda a vida foi e será um cobarde. »

Daniel Oliveira
Arrastão

A GARGALHADA DO DIA



«José Sócrates na RTP é claramente serviço público»

A. da Ponte

JN

sexta-feira, 29 de março de 2013

A NARRATIVA DOS PORTOS

Isto é tudo paleio de caixeiro-viajante. Ele teve seis anos para construir um porto em Beja (o mar havia de chegar de Sines pelas valetas do IP8) e ficou-se por um reles aeroporto...

DE OUTROS


«O Presidente é, de facto, menor e mesquinho»

Clara Ferreira Alves

EXPRESSO

AS FORÇAS DO BLOQUEIO (REPRISE)

DIÁRIO ECONÓMICO

INTERVALO MUSICAL

DE OUTROS


«Ora com Cavaco um animal feroz levantaria outra coisa: aquele que é hoje o Presidente de Portugal ganhou de um banco, num ano, mais do dobro do que lá tinha depositado - e, depois de ter sido provado que o banco era de bandidos, não devolveu as mais-valias. Essa é a questão-chave, porque reconhecida e aceite, do desconforto dos portugueses com os seus políticos.»

Ferreira Fernandes
DN

HÁ UM CANIL DE ALTA SEGURANÇA NA CARREGUEIRA


Multas até 60 mil euros para quem deixar cães perigosos à solta


Público

POR PIEDADE...



Pronto, já sabemos: o homenzinho é incompetente, teimoso e não quer mudar de políticas. Mas haja alguém que o convença, ao menos, a mudar de comprimidos.

quinta-feira, 28 de março de 2013

A GARGALHADA DO DIA


O primeiro-ministro considerou hoje que o Presidente da República "tem desempenhado o mandato ao nível da exigência que o país vive". (DN)

(A propósito:

O compadre para o forasteiro - Olhe, cá na aldeia só há duas pessoas boas. Uma, é aqui o meu compadre. Agora, ele que diga quem é a outra.)

DE OUTROS

Ontem, toda a gente discutia as divergências entre o PSD e o CDS, hoje toda a gente discute a entrevista de José Sócrates. Ontem, o governo parecia mais acossado do que nunca, embrenhado na necessidade de remodelar e na  impossibilidade de o fazer de forma eficaz, hoje toda a gente discute   a entrevista de José Sócrates. Ontem, Seguro esbracejava para aparecer, hoje esbraceja para emergir da sombra negra do seu antecessor. Ontem, discutia-se o duro presente, hoje discute-se uma aparição do passado. É assim o "espaço mediático". Sócrates sabe disso, Relvas sabe disso. São da mesma escola.

J. Pacheco Pereira
Abrupto

AS DESCOBERTAS



A União Europeia descobriu agora (ó surpresa!) que Chipre é um paraíso fiscal e uma lavandaria para o dinheiro russo.
Ai se eles descobrem os offshores do Luxemburgo...
Ai, ai, ai se eles descobrem a lavandaria da cleptocracia angolana...

À SOMBRA D'UMA ALFARROBEIRA


Cavaco Silva: “Intrigas e jogadas político-partidárias não criam um único emprego”

Pois não. O Fernando Nogueira, o Santana Lopes e o Fernando Lima sabem muito bem, por experiência própria, que assim é.

O SONHO DO MANEQUIM



O sonho de qualquer manequim é sair nas primeiras páginas dos jornais. Hoje, o manequim de Paris conseguiu revitalizar a sua infinita vaidade com o pleno das primeiras páginas dos periódicos cá da paróquia.
Nem a Juliana Paes nua conseguiria melhor. 

(A 'Octapharma' tem razões para se congratular com a contratação do seu novo caixeiro-viajante.)

DE OUTROS

A lata

O contrato com Sócrates para ser comentador semanal no canal público de televisão teve de partir, ou de passar, por Relvas. Isso é óbvio. E só a imagem do que terá sido essa negociação a dois dá uma ideia arrepiante, mas bem clara, do estado de degradação extrema a que chegou o regime.
É uma contratação que infelizmente não surpreende porque, na verdade, José Sócrates e Miguel Relvas são políticos siameses. Se olharmos bem para o perfil e para o percurso de um e de outro, a conclusão impõe-se como evidente. E muitas coisas estranhas se tornam, de repente, claras e compreensíveis.
A história da licenciatura de Relvas foi o primeiro sinal de uma semelhança que se revela bem mais funda: o mesmo fascínio pelo mundo dos negócios, o mesmo desprezo pela cultura e pelo mérito, o mesmo tipo de relação com a comunicação social, o mesmo apego sem princípios ao poder e, acima de tudo, a mesma lata, uma gigantesca lata! Só falta mesmo ver também Sócrates a trautear a "Grândola, Vila Morena", mas por este andar lá chegaremos...
Manuel Maria Carrilho

INTERVALO MUSICAL

2ª GRÉCIA À VISTA!

SOL

RELVAS TELEVISION PRODUCTIONS (RTP)



Ausência de culpa (característica comum a todos os monstros), manipulação e adulteração de resultados (como compete a um prestidigitador)  e duas balas de ricochete para A. C. Silva pelo prefácio do seu 'Roteiro'.
A isto se resumiu a 'narrativa' do filósofo 'underground'.
Mais um relvático falhanço.

O PASSO A PASSO DE CERTAS BOTAS


Silva Peneda acusa ministro alemão de querer despertar “fantasmas de guerra” na Europa

Presidente do CES reage a declarações de Schäuble sobre "inveja" estar na origem das críticas à Alemanha.
Silva Peneda escreve também que as declarações de Schäuble fazem dele “um dos responsáveis para que o projecto europeu esteja cada vez mais perto do fim” e termina lembrando as recentes declarações de Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo, sobre os fantasmas de guerra na Europa estarem apenas adormecidos. “Com esta declaração vossa excelência parece querer despertá-los.”
Público

quarta-feira, 27 de março de 2013

A GARGALHADA DO DIA

Gaspar, o Tiririca de Chicago, em dois anos de governo, ERROU TODAS AS PREVISÕES.
Repito: Gaspar, o Tiririca de Chicago, em dois anos de governo, ERROU TODAS AS PREVISÕES.
Bento, o Vítor do Conselho de Estado, explica: o ministro das Finanças "tem revelado uma grande dificuldade de comunicação interna".
 E a malta a pensar que a dificuldade era nas contas... 
Ah ganda Bento! Tu é que comunicas bem!    

INTERVALO MUSICAL

SOB O MANTO DIÁFANO DA MAÇONARIA

O irmão Relvas arranja emprego, à conta do orçamento, ao irmão Silva Carvalho (cidadão exemplar acusado de abuso de poder, violação do segredo de Estado e acesso indevido a dados pessoais).
O irmão Zorrinho guarda silêncio.
O irmão Montenegro guarda silêncio.
O irmão Magalhães guarda silêncio.
O silêncio e o avental cobrem o espectro partidário do 'arco do poder'.
Santa irmandade!

MENOS ESTADO, MELHOR ESTADO


O DISTRIBUIDOR DE JOGO



Sócrates na RTP e o espião Carvalho na Presidência do Conselho de Ministros.
Ó Relvas, aqui vai um elogio: és o maior na distribuição dos matraquilhos!

SERVIÇO DE HIGIENE E LIMPEZA

"Relvas Television Productions (RTP)" apresentam hoje, em horário nobre, o filme

                A BARRELA

Starring: José, o filósofo insolente e Beatriz Costa
http://www.youtube.com/watch?v=clrmt-sb-P4

terça-feira, 26 de março de 2013

VÍTOR GASPAR: "NEM TUDO ACONTECEU DE ACORDO COM O PLANEADO"



Um visionário é isto mesmo: é ver com o olho de trás aquilo que todos os outros, dois anos antes, viram com os olhos da frente.

DE OUTROS


Perguntas a Sócrates

Sócrates faz muito bem em ir para a RTP. 
A partir de agora deixamos de ter um espetro a sobrevoar sobre a política nacional a partir de Paris e voltamos a ter o animal feroz ao alcance da mão. Tem a vantagem de se lhe poder perguntar como se consegue estudar em França com um empréstimo bancário? Que banco dá dinheiro para isso e com que tipo de garantias? Porque pressionava os gestores públicos a lançarem obras quando já não havia dinheiro? O que percebe realmente de saúde pública na América Latina para ser contratado por uma farmacêutica? Para lá, claro, da mais básica: será este um tempo para comentar ou para se justificar do estado em que deixou o País?
Eduardo Dâmaso
CM

ÉTICA NO RELVADO


Secretas: Governo cria posto de trabalho para 'ex-espião' Silva Carvalho

Publicado hoje às 14:17

O Governo determinou a criação de um posto de trabalho na Presidência do Conselho de Ministros para o 'ex-espião' Silva Carvalho, envolvido no caso das secretas.
De acordo com um decreto publicado hoje em Diário da República, «determina-se a criação de um posto de trabalho no mapa de pessoal da secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros» para o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa Jorge Silva Carvalho.
O posto de trabalho criado para Silva Carvalho será «na carreira e categoria de técnico superior, em posição remuneratória automaticamente criada de montante pecuniário correspondente à remuneração base da carreira e categoria de origem, e com efeitos reportados à data da cessação de funções».
O decreto, assinado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, justifica que «o colaborador do Serviço de Informações de Segurança, Jorge Manuel Jacob da Silva Carvalho preencheu os pressupostos de aquisição de vínculo definitivo ao Estado».
TSF

INTERVALO MUSICAL

O REGULAR FUNCIONAMENTO DOS 'MERCADOS'

CM

INVEJA

Julgávamos todos saber, por dolorosa experiência, que as coisas na 'Europa unida' não correm de vento em popa. Há até quem diga que caminhamos para o seu fim e os mais pessimistas admitem mesmo que se prepara uma nova guerra no velho continente desencadeada pelos suspeitos do costume.
Afinal, engano, puro engano. A 'Europa' vai fazendo o seu caminho, o bom caminho!, e os acidentes de percurso que contestam a liderança alemã, segundo a explicação linear  do ministro Wolgang Schauble,  tão linear que até os morenos do sul hão-de compreender, são fruto de um sentimento mesquinho e corrente entre gente menor: inveja.
Ficamos todos esclarecidos. Está o quartel bem entregue. Siga a marcha!





segunda-feira, 25 de março de 2013

DE OUTROS


Hitler na escola

Ó CHICO, TENHO IMPRESSÃO QUE ESTE PAPA-HÓSTIAS NÃO É FLOR QUE SE CHEIRE...

P2

...e que Deus te livre da tentação de ires à prisão lavar-lhe os pés...

DE OUTROS



"Não posso escutar muito Wagner. Fico com vontade de invadir a Polónia."

Woody Allen

INTERVALO MUSICAL

ARBEIT MACHT FREI

É óbvio que a senhora Merkel não é o Hitler. Não tem bigode nem ataca com artilharia pesada, tanques ou aviões. Tem o buço depilado e ataca com os bancos e outras armas de destruição massiva dos 'mercados'. Não tem nem quer ter campos de concentração, mas tem o secreto desejo de transformar em judeus e ciganos os morenos do sul da Europa.
Mas é, igualmente, óbvio que tem o sonho da conquista do espaço vital europeu: quatro repúblicas de Salò, (na Grécia, Itália, Espanha e Portugal) e uma república de Vichy, em França, davam-lhe muito jeito.
É tempo de os 'PIGS' perceberem que são equiparados a judeus e há que fazer qualquer coisa para evitarem as medidas seguintes que conduzirão a uma nova e mais sofisticada SOLUÇÃO FINAL.

A INCÓMODA VERDADE SOBRE O MURO NORTE-SUL


“El País” censura cronista que comparou Merkel a Hitler

“A Alemanha contra a Europa” é o título do artigo de opinião do economista Juan Torres López que o “El País” publicou ontem e, poucas horas mais tarde, retirou do seu site por causa das reacções indignadas dos leitores de vários países europeus. Em causa está, em particular, a frase que o autor escreveu, considerando que a chanceler do governo alemão “Merkel, tal como Hitler, declarou guerra à Europa para manter o espaço económico vital para a Alemanha”.
Na opinião de López, Angela Merkel defende os grandes bancos e corporações alemães à custa do bem-estar dos países europeus e dos habitantes da Alemanha. O artigo provocou de imediato uma avalanche de críticas na Europa, em primeiro lugar na Alemanha e, pouco tempo depois de publicado, foi eliminado do site.
Na coluna publicada na edição regional andaluza do “El País”, Juan Torres López, professor de Economia da Universidade de Sevilha, escreveu que Angela Merkel “castiga-nos para proteger as suas grandes empresas e bancos e também para ocultar perante o seu eleitorado a vergonha de um modelo que fez com que o nível de pobreza no seu país seja o mais alto das últimas duas décadas, em que 25% de seus empregados ganhem menos de 9,15 euros por hora, ou que à metade da sua população corresponda um miserável 1% de toda a riqueza nacional.”
«I»
Ante la retirada de mi artículo Alemania contra Europa de la web de El País quiero manifestar lo siguiente:
- Sin entrar a valorar la decisión del diario, lamento que se interprete que la tesis de ese artículo es comparar a la Señora Merkel con Hitler, tal y como algunas personas están dando a entender en la red. Lo lamento porque creo que es evidente que de ninguna manera son personas comparables o que sus políticas sean igual de dañinas. Y, sobre todo, porque creo que de ninguna manera se puede dedicir esto último de mi texto. Es más, creo que interpretarlo así solo sirve para desviar la atención sobre el fondo de mi artículo que es claramente otro.
- Es cierto que en el artículo afirmo que en mi opinión Alemania ha declarado la guerra económica contra el resto de Europa y que eso lo comparo con la búsqueda del espacio vital que llevó a que Hitler desatase la guerra, pero creo que esto debe entenderse como la comparación de dos hechos históricos lamentables aunque de desigual factura, y no como la equiparación de dos líderes políticos.
- Lamento también que haya que hacer este tipo de comparaciones que involucran a un pueblo al que admiro pero creo que los europeos tenemos la obligación de recodarnos el daño tan grande que ya en otras ocasiones nos hicimos por darle prioridad a los intereses financieros y de las grandes corporaciones, como creo que está sucediendo ahora. Yo mismo he lamentado en algunos otros artículos que Alemania no recuerde lo que sufrió por las reparaciones de guerra que tan injusta y equivocadamente le impusieron otras potencias europeas.
- Lamento finalmente los problemas que estas interpretaciones hayan ocasionado al diario y a sus lectores y lectoras, y que éstos no puedan seguir leyéndolo en la web.
Juan Torres López

domingo, 24 de março de 2013

OS FRETES



Mesmo depois da saída do neocon e pançudo Fernandes, o 'Público' continua na sua cruzada de expansão da fé neoliberal.
Há duas semanas, o 'irreverente profissional', dono do periódico e apóstolo dos salários baixos teve direito a caderno especial. Hoje, foi a vez da promoção do guru do Coelho, 'um homem demasiado frontal' e apóstolo dos baixos salários.
Creio que se aproxima o dia em que os directores do jornal vão reivindicar, por simples questão de coerência, a redução dos seus próprios salários e exigir que os ditos se nivelem pelo acordo colectivo dos moços de fretes.

INTERVALO MUSICAL

A DÚVIDA



A minha ignorância em matéria de artes plásticas é de tal ordem que ainda não percebi se a imagem do lado é da artista ou de uma peça em exposição no palácio da Ajuda.

ORAÇÃO




Ó Sagrado Coração de Jesus, a quem uma única coisa é impossível, isto é, a de não ter compaixão dos infelizes, tende piedade de nós, míseros pecadores, e concedei-nos as graças que Vos pedimos por intermédio do Coração Imaculado da Vossa e nossa terna Mãe. 
Fazei com que o telhado do palácio da Ajuda não nos caia em cima e dai longa vida ao Francisco, umas roupinhas decentes à Joana e uma vozinha, ainda que ténue, ao nosso Aníbal.

Amén

DO SOCIALISMO DE BANANAL AO LIBERALISMO CAPITAL


OS FACTOS
O Governo anunciou, a 31 de dezembro, a injeção de 1100 milhões de euros no Banif  (JN 10.1.2013)

OS AGRADECIMENTOS

"Substituir Vítor Gaspar seria um erro", diz Luís Amado (Expresso 23.3.2013)

sábado, 23 de março de 2013

UM IMENSO ADEUS

ÓSCAR LOPES

INTERVALO MUSICAL

RTP - Ratos, Trampolineiros e Pantomineiros


LAVAGEM




Sócrates em entrevista à RTP1 na próxima quarta-feira


DN

O CORO DOS ESQUERDISTAS

DN

O ÚLTIMO ABRAÇO


sexta-feira, 22 de março de 2013

UM IMENSO ADEUS

Faleceu João Honrado, militante comunista e antifascista

Faleceu hoje, aos 84 anos, no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, vítima de várias complicações de saúde e da idade avançada, João Honrado, conhecido militante comunista e ativista contra o regime de Salazar. Natural de Ferreira do Alentejo, João Honrado esteve ao todo 13 anos preso nos calabouços da ditadura. “Preso em Abril de 1947, libertado em Junho de 1947. Preso em Janeiro de 1949, libertado em Setembro de 1951. Preso em Novembro de 1952, libertado em Agosto de 1954. Preso em Abril de 1962, libertado em Agosto de 1970. Preso em Março de 1974, libertado em Abril de 1974”.
Diário do Alentejo