segunda-feira, 30 de junho de 2014

VELHOS MALES


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
                 Guerra Junqueiro, 1896.

ELES CONTINUAM A VIVER ACIMA DAS MINHAS POSSIBILIDADES

Mulher de governante em carro do Estado

28 junho 2014

Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional tem disponibilizado carros oficiais, com motorista, para deslocações pessoais da sua companheira.
"O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, tem disponibilizado os carros oficiais, com motorista, para a companheira se deslocar entre a casa, no Murtal, Parede, e a outra habitação em São João da Madeira", escreve o Correio da Manhã na edição de hoje.
O jornal refere que "Cristina Franco chega a viajar sozinha no carro - às vezes num Audi, outras vezes num Mercedes - conduzida pelo motorista do Estado que até a ajuda a carregar as malas".
Trata-se de uma "viagem de mais de 300 quilómetros, que ultrapassa as três horas. Segundo o guia Via Michelin, esta deslocação tem um custo de 82,09 euros em portagens e combustível. E uma vez que o motorista volta com o carro para Lisboa e vai novamente, no domingo, para São João da Madeira e regressa no mesmo dia, estamos a falar de quatro viagens, o que dá um custo total de 328,36 euros por fim de semana", lê-se na notícia.
DN

SUGESTÃO


sexta-feira, 27 de junho de 2014

ATENÇÃO! ELES ESTÃO A SAIR DO ARMÁRIO

Basta ouvi-lo discretear naquele estilo afectado de 'tio' do velho bairro de Benfica ou vê-lo passear, na Praia das Maçãs, em pose napoleónica, para facilmente se perceber que a vaidade da criatura tem a dimensão do Portugal de Salazar - vai do Minho a Timor.
Com uma carreira brilhante na área das neuro-ciências, acrescentou ao curriculum a ilustre nota de mandatário nacional de Aníbal António, o Cavaco, e, por arrasto, o nobre título de Conselheiro de Estado, nomeado pelo reaccionário vagal.
Recém-reformado da função pública, resolveu ocupar o tempo com o restauro cuidado e em tons cor-se-rosa dos quadros da vergonhosa história do Estado Novo. E, do alto da cátedra a que está habituado, falou e disse: Dizer que havia uma opressão intelectual é injusto. Não é verdade.
Traçado o perfil breve, importa avançar com o nome do figurão: João Lobo Antunes.
Recomendar ao Antunes a leitura das dezenas de livros e milhares de documentos que por aí circulam e que atestam as perseguições, as prisões, as torturas (e até a morte - lembro-me de Dias Coelho) a que estiveram sujeitos centenas de intelectuais  conduzidas pelos serventuários do 'Estado Novo', do 'Antigo Regime' (como gostam de chamar ao fascismo português todos os que, pela sua baixeza e venalidade, conviveram pacificamente com ele e os que, hoje, se encarregam do seu embelezamento) seria gastar cera com um ruim defunto.
Para o Antunes, e com recurso a Almada Negreiros, apenas uma última e fatal palavra: Pim! 


FRUSTRAÇÃO


Talvez fosse lenda, mas lá no meu bairro dizia-se que o falecido burro da morgada da Apariça era bichinho muito inteligente e possuidor de grandes atributos que muito contribuíram para a felicidade das burras da vizinhança, mas morreu de desgosto por nunca ter sido escolhido para seleccionador nacional de futebol.
Paz à sua alma!

COERÊNCIA

Os feitos e os defeitos da selecção da cerveja 'Sagres' não me causam grandes abalos ao pífaro.
Aliás, um país que tem um Cavaco na residência, uma Esteves na Assembleia, um Koelho no governo e um Tozé na oposição por que razão fica espantado por ter um Bento na selecção futeboleira?
Como eles gostam de dizer - "Há que levantar a cabeça e ir em frente. Estamos todos de parabéns".

quarta-feira, 25 de junho de 2014

AS LAPAS


O reaccionário vagal, estando no lugar errado, não quer sair.
O láparo amestrado do IV Reich, estando no lugar errado, não quer sair.
O irrevogável tartufo, estando no lugar errado, não quer sair. 
Tozé, o das Caldas, estando no lugar errado, não quer sair.
O Bento das selecções, estando no lugar errado, não quer sair.
E o Isaltino, o único que estava no lugar certo, é que quis sair.
Vá lá a gente perceber isto... 

DIETA





426 dias de prisão emagrecem Isaltino

CM

DE OUTROS

«Hoje, a questão verdadeiramente pertinente não é verificar, com algum equívoco, que os intelectuais de direita saíram do armário; é perceber que muito dos intelectuais que se afirmam de esquerda e falam em nome dela se converteram a essa cultura difusa da nova direita e aceitaram preencher as quotas de mediatização que esta lhe concede, aceitando um papel protocolar de “representação”. Também eles glorificam o novo realismo.»
António Gurreiro
Ípsilon/Público

terça-feira, 24 de junho de 2014

DE OUTROS

VIRIATO SOROMENHO-MARQUES
OPINIÃO

Aventureiros sem glória

por VIRIATO SOROMENHO-MARQUES
Não quero entrar nos detalhes da história da ascensão e queda de Ricardo Salgado. Tem demasiado odor a suor e outras secreções para ser um assunto sobre o qual alguém que preserve um sentido apolíneo da decência e da beleza queira escrever. O problema é de outra natureza. Salgado, Oliveira e Costa, Rendeiro, Dias Loureiro são as ovelhas negras de uma casta que domina a Europa inteira: os banqueiros da UEM. Uma elite certificada pelo Tratado de Maastricht e pelas regras de funcionamento da zona euro. Tal como os aristocratas da Europa do absolutismo, também eles estão acima da lei geral. Inimputáveis, manipulam os governos e fazem do sistema de justiça um interminável jogo de paciência que termina, invariavelmente, em absolvição por cansaço e prescrição. Foi a sua desmesura que transformou o sistema financeiro, de importância vital para uma sociedade de mercado funcional, no palco para uma tragédia de Shakespeare. Nem todos os membros desta elite se comportaram abusivamente, mas a simples possibilidade de o abuso de poder passar sem castigo, provocou o carrossel de especulação e a avalancha de crédito Norte-Sul dos primeiros anos do euro. Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929. Nessa altura, sob liderança dos EUA de F. D. Roosevelt, o financismo foi colocado no seu lugar por uma firme regulação do negócio bancário, que garantiu a prosperidade económica durante muitas décadas. Hoje, a União Europeia continua paralisada, sem a necessária coordenação e firmeza políticas, indispensáveis para colocaro sistema financeiro dentro dos limites da lei e da ordem.
DN

A DIÁSPORA

A história nunca contada dos portugueses nos campos de concentração


segunda-feira, 23 de junho de 2014

O PAULINHO DAS BARRACAS



O Paulo Bento, treinador de futebol por fatalismo e seleccionador nacional por milagre, é teimoso.
Aliás, a teimosia é uma das características de uns animaizinhos que deus nosso senhor, na sua infinita sabedoria, criou para carregadores de pilhas de lenha.
Como é que se chamam os bichinhos? Ai a minha memória vocabular... Não me ocorre o nome, nem em português, nem em alemão, nem em 'amaricano'.

sábado, 21 de junho de 2014

MERKADOS


sexta-feira, 20 de junho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O CHILIQUE


Pensava eu, do alto da minha incomensurável ignorância, que "reacção vagal" era a atitude silenciosa de um reaccionário perante os ataques da extrema-direita à Constituição da República e ao Tribunal Constitucional.
Só no Dia da 'Raça' fiquei a saber que "reacção vagal" é, afinal,  a maneira chique para designar um chilique.
E fiquei a saber mais: se a vítima não regressa, é um acidente. Se regressa, é um desastre.

MERKADOS

«I»

terça-feira, 17 de junho de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

sábado, 7 de junho de 2014

quinta-feira, 5 de junho de 2014

SUGESTÃO

José Manuel Castanheira (Castelo Branco, 1952) é um cenógrafo português.
Licenciado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. É professor de projecto e cenografia desde 1982 na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.
A sua obra é caracterizada pela diversidade e interdisciplinariedade das áreas que aborda, nomeadamente a Cenografia do Espectáculo, a Arquitectura Teatral, a Cenografia de Exposições e a Pintura.
É considerado um especialista na área da Arquitectura dos Teatros e na Cenografia do Espectáculo, matérias para as quais já foi solicitado em muitos países. É autor e/ou consultor de programas e/ou projectos de arquitectura ou reabilitação para vários teatros, (entre outros o Auditório da Culturgest/CGD - Lisboa, Theatre de l’Ódeon-Paris, Teatro Aveirense - Aveiro, Teatro Gregório Mascarenhas - Silves e o Teatro Romano de Mérida - Espanha). Como cenógrafo recebeu vários prémios, nomeações e distinções nacionais e internacionais (Associação de Críticos Teatro Portugal, Setes de ouro - Jornal Sete, Garrett-Ministério da Cultura, prémio Críticos de Teatro de Espanha, de Valência, Max-Sgae-Espanha, Shell-Brasil, Prémio Governador Estado do Rio de Janeiro. Participou em encontros internacionais e dirigiu estágios e seminários em Festivais, Universidades e outras Instituições em Portugal (Lisboa, Porto, Coimbra, Viseu, Braga, Setúbal, Castelo Branco, Covilhã…), Espanha (Madrid, Barcelona, Almagro, Mérida, Cáceres, Jarandilla de la Vera, Valência, Bilbao, Santiago de Compostela, La Coruña, Sevilha), Bélgica (Bruxelas, Liége), França (Paris, Clermont-Ferrand, Bayonne, Avignon, Montpellier), Grécia (Atenas, Delfos), Itália (Bolonha, Florença-Prato, Veneza, San Miniato, Volterra), Cuba (La Habana), Suiça (Genéve, Lausane), Brasil (Rio de Janeiro, S.Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Angra dos Reis) e Republica Checa (Praga). A sua primeira cenografia é de 1973. Desde então desenvolve actividade no teatro contando com mais de 200 cenografias realizadas sobretudo em Portugal, Espanha, Itália e Brasil e a sua obra adquire dimensão internacional depois da retrospectiva que o Centre Georges Pompidouexibiu em Paris em 1993 e que foi depois apresentada em vários museus na Europa.
Em 1995 integra o júri mundial da Quadrienal de Cenografia e Arquitectura Teatral de Praga.
Autor de mais de 200 cenografias, trabalhou com directores como Rogério de Carvalho, Serge Belbel, Jorge ListopadJoão Mota, Aderbal Freire-Filho, Artur RamosAntónio FeioJoão Lourenço, Rui Mendes, Graziella Galvanni, Carlos Fernando, Juan Carlos Perez Fuente, João César MonteiroJoão Brites, José Luiz Gomez, Maria Ruiz, Rosário Ruiz Rodgers, Joaquim BeniteFernanda Lapa, Paulo Matos, José Sanchis Sinisterra, Gastão Cruz, Robert Quintana, Carlos Avilez, Rui Sena, Fernanda Lapa, Ricard Salvat, Yannis Kokkos, Paulo Filipe, Eugeni Amaya e Christiane Jatahy.

terça-feira, 3 de junho de 2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

POSTAL ILUSTRADO PARA O TOZÉ DAS CALDAS

Camarada Tozé,

Dedica-te à caça. E se ninguém te oferecer uma viagem para o Botswana, opta pela caça aos gambozinos das Caldas. Dizem as peritas que, a partir dos cinco litros, já são considerados caça grossa.

Reais saudações,

Juan

domingo, 1 de junho de 2014