sábado, 22 de fevereiro de 2014

UM INVESTIDOR ESTRANGEIRO COM MAU FEITIO

Investigadora denuncia nove execuções sumárias na Guiné Equatorial nas últimas duas semanas

A investigadora portuguesa Ana Lúcia Sá disse nesta sexta-feira que não sabe se a pena de morte será algum dia abolida na Guiné Equatorial, uma vez que, há apenas duas semanas, nove pessoas foram “executadas sumariamente” no país.
“Sabemos que a pena de morte não foi abolida ainda na Guiné Equatorial e não sabemos se será abolida. Sabemos que, há duas semanas, foram executadas nove pessoas na Guiné Equatorial”, disse à Lusa a investigadora do Centro de Estudos Africanos do ISCTE, que já realizou um estudo sobre o ciberactivismo na Guiné Equatorial, publicado em 2011.
De acordo com a especialista, estas pessoas foram “sumariamente executadas sem direito a uma apelação”.
A suspensão da pena de morte, que, segundo anunciaram na quinta-feira em Maputo as autoridades da Guiné Equatorial, está em vigor há quatro dias, conclui o roteiro exigido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a adesão do país ao bloco lusófono, pedida oficialmente em 2010.
Na quinta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da CPLP recomendaram a adesão da Guiné Equatorial ao bloco lusófono. O país liderado por Teodoro Obiang é observador da organização desde 2006, mas a adesão como membro pleno foi adiada nas cimeiras de Luanda e de Maputo, por se considerar que o país não cumpria os requisitos necessários.
Uma moratória sobre a pena de morte era uma das condições, a par da promoção do uso da língua portuguesa, para a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, estabelecidas pelo bloco lusófono na cimeira de Luanda, em 2010.
Público