quinta-feira, 17 de maio de 2012

DE OUTROS

«É quinta-feira, 29 de Março, passa das cinco da tarde, paro num quiosque do Rossio para comprar o Corriere, por ver que traz uma comovedora evocação de Tabucchi por Norman Manea (de origem romena, residente nos EUA, foi quem o convidou em 2002 para participar num curso no Bard College). E é em notícia abaixo que me lembro: era hoje, às 15h, o funeral do escritor italiano e português. Agora é tarde, fez-se tarde tão depressa. Sabia que Tabucchi era grande, mas fora uma lição lentamente aprendida. Em casa irei de novo ver que livros tenho dele, e saberei os que não tenho nem li, mas é neste momento da minha mágoa, em que ele ficou já no Cemitério dos Prazeres, nesta altura em que a morte lhe transformou a vida em destino, que noto com imprevista nitidez a dimensão da sua grandeza.»


Francisco Belard
'LER'