domingo, 27 de maio de 2012

ESPIONAGEM NO AQUÁRIO

Primeiro, foi o Simas, um jaquinzinho do jornalismo, a ser investigado pelas secretas. Apurou-se que o homem telefonava muito.
Depois, foi a Oliveira, uma petinga do jornalismo a ser secretamente investigada. E logo se soube que a senhora era uma ameaça para o Ocidente por namorar um político da Oposição.
Até aqui tudo bem. Questões de peixe miúdo destinadas a acabar, como de costume, em águas de bacalhau.
E eis senão quando aparece na rede o Balsemão, um tubarão do jornalismo e do PSI20, de quem se diz que tem o currículo manchado por pecados da carne, já que o peixe é pouco dado a práticas pouco católicas.
Aqui chegados, a caldeirada começa a azedar. A criatura aponta o dedo a um carapau de corrida que lhe disputa o trono e anuncia: tribunais! A culpa não morrerá solteira!
O que se seguirá obedecerá ao guião tradicional quando intervém a lusa Justiça: em 2024, douta sentença condenará a 30 dias de prisão com pena suspensa a ucraniana Miguelova Silverina Carvalhosa Relvinsky, técnica de higiene e limpeza contratada pelos serviços secretos portugueses em regime de 'out-sourcing', por não ter limpo convenientemente o teclado do computador onde foram elaborados em 'word' os relatórios que se queriam secretos e se tornaram públicos. A sentença transitará imediatamente em julgado e as custas do processo ficarão a cargo dos contribuintes.
A paz voltará ao aquário e a vida continuará correndo ('ongoing', como se diz em inglês técnico)...