segunda-feira, 13 de junho de 2011

GERAÇÕES

Li, recentemente, o segundo volume das 'Memórias' de Edmundo Pedro. Ele teve um ideal e por ele se bateu e pagou caro: dos 15 aos 27 anos esteve preso onze anos (dez dos quais no Tarrafal) e, mais tarde, por ter participado no assalto ao quartel de Beja, esteve mais uns bons anos na prisão de Caxias.
Estou a reler toda a obra de um dos meus autores de culto (infelizmente, sobressaltado pela notícia da sua morte): Jorge Semprún. Mais um idealista que, aos vinte anos, estava internado no campo de concentração de Buchenwald e, depois da libertação, passou vários anos na clandestinidade, em Espanha, a combater contra a ditadura franquista.
São exemplos extremos, mas não são únicos. Cito-os apenas em função de leituras recentes e em curso.
Em contraste, e pela leitura dos jornais, concluo com sincero desgosto que a geração que chegou ao poder nos últimos anos e que o disputa em alternância (e não em alternativa) também tem os seus ideais: o poder a qualquer preço, as mordomias, os saldos bancários.
As declarações da dirigente do CDS de Beja (ver 'post' abaixo) são exemplares.
E o pior é que os partidos do 'arco do poder' estão cheios de gentalha desta...