domingo, 14 de fevereiro de 2010

DE OUTROS




«O que me espanta nesta história é o papel de Sócrates. Não consigo conceber que espécie de vaidade ou delírio levam um homem, responsável pela vida de milhões de portugueses, legitimado pelo voto e até há pouco tempo com uma arrasadora maioria no Parlamento, a fazer uma inimiga de Manuela Moura Guedes por causa do episódio Freeport, ou de José Manuel Fernandes, por causa de uma oposição que o incomodava ou não lhe convinha. Se, na verdade, se julgava caluniado, por que não esperou, em silêncio, pelos tribunais? Por que persistiu, e persiste, em se envolver pessoalmente numa polémica de que é parte activa e em que ninguém lhe concede a mais vaga presunção de imparcialidade ou de equilíbrio? Acha ele, de facto, que ganhou alguma coisa com as cenas de fúria e as berratas que ofereceu ao país?


Consta que lhe chamam agora "mentiroso" na Assembleia da República, eufemística ou directamente. António Capucho sugeriu que o próprio PS o substituísse por uma criatura mais previsível e cordata. E até socialistas com alguma influência se afastam dele. Não há dúvida de que, no estado em que está (e de que não tem maneira de sair), Sócrates já não pode ser primeiro-ministro. E só continua porque o Presidente e a direita o aguentam, em nome de uma responsabilidade espúria e de uma discutível conveniência partidária. Entretanto, Portugal vai ao fundo e Sócrates, metido num bunker, anda em guerra com os seus fantasmas. Perdeu a confiança do cidadão comum e, naturalmente, arrastou o Governo com ele. É uma presença perigosa. Pior ainda: é uma presença nociva.»
Vasco Pulido Valente
(Público)
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«José Sócrates faria um bom serviço ao País e ao PS se saísse de cena, porque a credibilidade do primeiro-ministro desceu a um nível insuportável.»
António Capucho
(CM)
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«Hoje, ou se condena a actuação de Sócrates ou se é cúmplice.»
Joana Amaral Dias
(CM)
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«O retrato de Sócrates que assim é traçado é o de um homem desavindo e vingativo, que desencadeia processos ilegítimos para obter fins inconfessáveis. É a de um homem sem escrúpulo nem remorso. É a de um homem perigoso rodeado de servidores medíocres.»
Clara Ferreira Alves
(Expresso)
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«O PS, o suposto pai da III República, não sente um incómodo frio e nervoso no estômago? Eu quero acreditar que sim. Eu quero acreditar que o PS, o verdadeiro, está incomodado. E, acima de tudo, eu quero acreditar que o bom PS tem a força e a vontade para derrotar o 'socratismo'. Agora. Já. Amanhã.»
Henrique Raposo
(Expresso)
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«Sócrates capricha: ninguém tem amigos e protegidos tão pouco recomendáveis como ele. Não são os inimigos que o matam, com esses pode ele bem; são os amigos.»
Miguel Sousa Tavares
(Expresso)