quarta-feira, 18 de março de 2009

UM IMENSO ADEUS


«O director, que no ano seguinte não seria director por causa do escândalo Waterpré, fez abuso da palavra: O que queria dizer esse lema da revista: «O Comunismo será uma 'Aspirina' do tamanho do sol»? O socialismo seria, acaso, uma dor de cabeça? O que pretendia a companheira Ada Vélez com a sua crítica à peça sobre os presos políticos no Chile, destruir os esforços do grupo de teatro e a mensagem da peça? Por que razão todos, todos os poemas da revista eram de amor e não havia um único dedicado à obra da Revolução, à vida de um mártir, à pátria, em conclusão? Por que razão o conto do companheiro Conde era de tema religioso e evitava uma tomada de posição contra a Igreja e o seu ensino escolástico e retrógrado? E, sobretudo, disse, nós estávamos como se nos tivéssemos embebedado, e deteve-se diante da escanzelada Carmita, via-se que a pobre estava a tremer e todos eles assentiam com a cabeça, dizendo que sim, por que razão se publica um conto assinado pela companheira Carmen Sendán com o tema de uma rapariga que se suicida por amor? (e disse tema, não assunto). É essa a imagem que devemos dar da juventude cubana de hoje? É esse o exemplo que propomos em vez de destacarmos a pureza, a entrega, o espírito de sacrifício que deve primar nas novas gerações...?, e aí instalou-se a confusão total.»