domingo, 15 de março de 2009

OS MEUS CLUBES




























Eram estes os clubes lá de casa. Para além do vermelho das camisolas, não tinham mais nada em comum. Nem as razões da simpatia que eram variadas, como aqui explico:

O Desportivo de Beja era o clube da terra, fruto da fusão do Luso e do União, onde a geração anterior tinha mostrado as suas aptidões para o futebol e triplo salto.

O Despertar era o único clube federado do mundo que tinha um guarda-redes zarolho. Era o Libânio, filho da tia Zefa, tio do Zeca Vaca Peidosa e vizinho lá do bairro (e até defendia bem, desde que as bolas aparecessem do lado do olho que via).

O Salgueiros tinha emprestado o campo Vidal Pinheiro para um comício do general Norton de Matos e essas coisas, ao tempo, tinham a sua importância para o chefe da tribo.

O Benfica tinha por lema «Um por todos, todos por um» (em latim, para dar, talvez, um toque erudito) o que, trocado por miúdos, significava solidariedade, sentimento que, ainda hoje, se cultiva na família, apesar da moda neoliberal do «salve-se quem puder».

Ora bem, tantos anos depois, mantenho as minhas opções clubísticas, apesar de os três primeiros militarem humilde mas honradamente nos campeonatos distritais e o Benfica, a passos lentos mas firmes, se preparar para lhes fazer companhia (basta que continuem as contratações a peso de ouro de craques para jogarem 'playstation' na enfermaria, superiormente orientados por 'mister' Quique).

Juro: aconteça o que acontecer, continuarei no meu posto a gritar vivas ao 'Desportivo', ao 'Despertar', ao 'Salgueiros', ao 'Benfica' porque é na desgraça que a solidariedade mais se justifica.

Sou solidário!. Disse.

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PM