quarta-feira, 19 de novembro de 2008

UM IMENSO ADEUS

«O sarcasmo e a ironia mesmo quando não erram o alvo contêm sempre uma certa dose de desespero ou impotência (intelectuais) da parte de quem os utiliza. Mesmo úteis e às vezes imprescindíveis, podem contribuir para escamotear por seu turno aquilo que se desejaria clarificar. Escrever sarcasticamente que «o fascismo nunca existiu» - além do risco de se tomar à letra num país distraído... - deixa intacta a questão essencial e a única que merece consideração: que era, que foi o fascismo português para que, passados dois anos do seu hipotético fim, apareça já a muita gente como qualquer coisa que efectivamente nunca existiu? E por via de consequência, como qualquer coisa que pode ressurgir de novo, que está até ressurgindo, sem que tal fenómeno desperte preocupação de maior em considerável porção do eleitorado português?»
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