A iliteracia, essa condição que não nos permite compreender o que lemos, ouvimos e vemos e, até, o que não lemos, não ouvimos, não vemos, encontra, em Portugal, campo fértil e adubado.
O cérebro mirrado de um iliterato, perante a fotografia do lado, é incapaz de admitir que o espírito d' «esse pulha austero e raro» (para citar Fernando Pessoa e dar um toque de erudição...) continua a pairar por aí.
O analfabeto funcional é incapaz de perceber que o silêncio sobre os atropelos à democracia na Madeira é uma forma superior de condenação das tropelias de Alberto, o João, e 'sus muchachos'.
O ignorante relapso não entende a ironia nas frases «Eu não acredito em reformas quando se está em democracia», «E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia».
E o drama é que sem percebermos isto, não vamos a lado nenhum. Quando muito, e com a ajuda dos espíritos que andam por aí, chegaremos à presidência do PSD, o que, nos tempos que correm, é pouco, muito pouco.
.
PM