terça-feira, 14 de outubro de 2008

A MANCHA HUMANA

Checoslováquia, 1950:
um estudante de 21 anos alerta a polícia comunista para os movimentos suspeitos de um jovem da mesma idade que não conhece. O primeiro tem o nome de Milan Kundera, e tornou-se no maior vulto da literatura checa; o segundo chama-se Miroslav Dvorácek, era um jovem aspirante a aviador, e passou os 14 anos seguintes preso, parte dos quais em regime de trabalhos forçados. O relatório caiu no domínio público este ano e a história foi revelada na edição de ontem da revista checa Respekt, através de uma elaborada investigação assinada pelo Instituto de Estudos de Regimes Totalitários e desmentida horas depois pelo próprio Kundera.

Por norma, cedemos à irresistível tentação de acreditar que por detrás de um grande artista está sempre um grande homem. Enganamo-nos sistematicamente. Este é apenas mais um exemplo.

PM