sábado, 9 de agosto de 2008

JÚNIORES E SÉNIORES

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As juventudes partidárias são organizações que não tenho em muito bom conceito. Acho que funcionam um pouco como fábricas de moldes para monstros que, mais tarde, se sentam à mesa do orçamento, colados como lapas, e se banqueteiam de forma obscena até ao fim da vida, obrigando-nos a suportar uma carga fiscal, igualmente obscena (estou a referir-me, sobretudo, aos trabalhadores por conta de outrém), para garantirem despensa bem recheada e mesa posta. Enfim, a velha história do «Fartai, vilanagem».

Apesar disso, foi com alguma satisfação que vi o novo líder da Juventude Socialista ser caracterizado como 'hiperdinâmico', 'inteligente', 'respeitador', 'trabalhador', 'arrojado', 'sério', 'intelectualmente honesto', 'ponderado' e 'com bom senso' e apenas com um pequeno defeito: ser sportinguista fanático. Gostei do que disse: «Gostava que Sócrates tivesse uma atitude mais enérgica em relação aos problemas mundiais, à desregulamentação dos mercados de capitais, ao aumento do preço do petróleo, à especulação financeira, às taxas de juro do Banco Central Europeu, a este Pacto de Estabilidade e Crescimento que estrangula o nosso modelo económico».

Eis senão quando o sénior do PS, Laurentino Dias, responsável, no governo, pela prestigiante pasta do futebol nacional, vem deitar água na fervura dos ingénuos, apontando um defeito ao jovem líder: «Confia muito nas pessoas», mas logo sossega os paroquianos acrescentando que esse defeito «a vida o vai ajudar a corrigir», como quem diz: 'Isso que dizem dele é muito bonito, mas com a idade passa-lhe'. Brilhante, enternecedor.

São estes laurentinos (louros, segundo o dicionário da 'Academia', qualificativo tão injustamente utilizado só para exemplares do belo sexo com meninges gripadas, quando, como se vê, a estupidez não tem sexo) que farão de mim, mais dia, menos dia, um sócio do Porto, do Boavista, do Penafiel e, já agora, do Leiria.

PM