terça-feira, 3 de junho de 2008

SOMOS TODOS INDESEJÁVEIS - 3

Marcel Jouhandeau, francês, escritor, católico, anti-semita, reaccionário e provocador teve a coragem de dizer aos rebeldes de Maio de 68: «Acabareis todos notários». (Não cito a minha fonte para que ninguém fique a saber que, afinal, também li a «autobiografia razonada» de um filósofo espanhol).

Se, quando foi dita, a frase só podia ser entendida como uma provocação, quarenta anos depois adquire o estatuto de premonição.

Três exemplos portugueses: Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República e elogiador oficial da vida e obra de Alberto João Jardim; Alberto Martins, líder do grupo parlamentar do PS cujas intervenções políticas têm um efeito muito semelhante ao Valium 10; Alberto Costa, aquele ministro que sempre aparece na televisão com ar de filipino crucificado na Semana Santa (como se alguém o obrigasse a ser ministro...). Pois bem, estes senhores eram, em 1968, jovens rebeldes e dirigentes estudantis. Quem se atreveria a prognosticar-lhes uma carreira de notário?