A ministra da Doença pediu tempo para implementar as reformas estruturais que o Serviço dos Negócios da Saúde reclamava. E os efeitos estão à vista: é certo que as urgências hospitalares continuam encerradas; é certo que os recém-nascidos estão a ser registados como naturais do km 237 da A1, do km 42 da estrada nacional 237, da rotunda nº 14 de Arraiolos e de outros lugares exóticos por onde circulam maternidades ambulantes que, em tempos não muito distantes, tinham o nome, um tanto ou quanto pelintra, de ambulâncias, mas também é evidente que as referidas reformas estruturais do sector estão em andamento e as diferenças estão à vista: a ministra mudou de cabeleireira, tirou os óculos pesados que lhe davam o aspecto de sargenta de milícias ou de sipaio da Guiné e substituiu o ar ameaçador por um largo sorriso de Gioconda a quem estão a fazer cócegas nos pés.
Ainda falta muita coisa, dir-se-á. Pois falta, mas o essencial está feito. Querem saúde? Comecem por tomar umas pastilhas de marketing.
