sábado, 29 de junho de 2024

O MARCELO FRANCÊS

"Emmanuel Macron comportou-se um pouco como Napoleão e hoje enfrenta o seu Waterloo." 
Vejo Emmanuel Macron como uma espécie de príncipe maquiavélico que tenta enganar a sorte fazendo o que Maquiavel chamou de golpes. Golpes de autoridade que apanham o povo e a elite de surpresa - os grandes e o povo. E, finalmente, graças à sua audácia e a esta assunção de riscos tenta ser sempre o dono do jogo. A ideia era retomar o controlo como um príncipe maquiavélico. Ele quis deixar o povo atónito e atordoado e, de facto, houve um efeito de espanto. Mas o que era suposto ser um golpe de mestre revela-se agora uma armadilha. Ele não esperava a aliança-relâmpago, uma espécie de Blitzkrieg, que aconteceu na esquerda; ele queria fraturar a direita e isso ele conseguiu, com as divisões entre os que querem e os que não querem aliar-se à extrema-direita. Tanto as reações nacionais como internacionais a esta dissolução consideram que foi uma péssima ideia, que ele está a brincar com o fogo. Os franceses, tal como os parceiros europeus de Macron, estão muito zangados, e muitos não lhe perdoarão.

Céline Spector  (DN)