quinta-feira, 13 de junho de 2024

COSTA? JAZ MORTO E APODRECE

"Se chegar onde quer, Costa vai fazer política ou fazer pela vida?"

Tudo depende se Costa quer fazer política, como Guterres faz, ou fazer pela vida, como Barroso fez.

Daniel Oliveira
Expresso



A pergunta é legítima, mas inocente. Costa já demonstrou que só andou e anda a fazer pela vida, nos cinquenta anos que leva de grande actor de teatro político. (Sobre o figurão, eu também tive ilusões quando se formou o governo da geringonça. Quatro anos depois, a realidade degolou-me, como, normalmente, faz aos inocentes. Costa não tinha a seriedade de Léon Blum, a garra e as convicções de Largo Caballero nem, sequer, a cultura e a estatura de um grande canalha chamado François Mitterrand, protector até ao fim de René Bousquet, chefe da polícia de Vichy, 'collabo' e grande fornecedor de judeus e resistentes franceses para os fornos crematórios alemães, durante a ocupação nazi).
Costa viveu de truques (a passagem pelos governos de um dejecto político-filosófico que por aí anda a conspurcar o ambiente), de pequenas rasteiras (as vitórias poucochinhas do Tozé Seguro), de grandes malabarismos (a aceitação do apoio das esquerdas para formar governo e a traição que se seguiu, na primeira oportunidade), da navegação em águas salobras de casos, casinhos e escórias no gabinete que o levariam à demissão, de relações ambíguas com um lacrau pautadas por públicos sorrisos e facadas privadas.
Pode o Costa ir para a 'Europa' ou ficar em Portugal como especialista em arbitragem, colunista do 'Correio da Manhã' ou comentador televisivo. Para mim, no plaino da lusa ou da europeia política, o Costa 'jaz morto e apodrece', como o 'Menino da Sua Mãe'. Paz à sua alma.