terça-feira, 21 de maio de 2024

O DIFÍCIL OFÍCIO DE SER GÉNIO


 Sebastião Bugalho é um jovem 'convencido' que escolheu para modo de vida o vago e difícil ofício de ser génio. Ganhou o estatuto de vedeta como analista e comentador, e tornou-se uma espécie de Miguel Esteves Cardoso do comentariado, o que lhe abriu as portas para uma candidatura ao Parlamento Europeu, como cabeça de lista da AD, honrosa coligação liderada pelo espinhoso Montenegro que leva à ilharga o cabo Melo e o fadista Pereira.

Pois bem, com o passo que deu em busca de novas honras e melhores proveitos, o Sebastião passou de analista e comentador a analisado e comentado.

Analisemos e comentemos, pois, as prestações do rapaz:

Nos debates televisivos, perdeu a auréola que o iluminava e não passou da mediania (causou, até, risos que o irritaram);

Na estrada, nos comícios e nos bebícios da praxe, adoptou a pose folclórica da generalidade dos candidatos. No Minho, lá bebeu uma imperial, em modo alarve, enquanto se exibia metido numa espampanante camisa de Ponte de Lima.

Atento à vida política do meu país, cá fico à espera de vê-lo no Ribatejo, vestido à campino e a decilitrar um copo de vinho abafado da quinta da Alorna (como gente fina) ou a emborcar um penalti de carrascão do Cartaxo (como gente do povo).

Ah! E espero mais, espero que na noite das eleições tenha razões para repetir o desabafo de Miguel Esteves Cardoso, outro génio e ex-candidato ao Parlamento Europeu, quando cilindrado pelo voto popular: Não estou nada chateado. Pronto. O povo é que sabe e está tudo dito. O povo é soberano. Se me é permitido, contudo, um pequeno comentário, gostaria apenas de dizer: Salafrários! Ingratos! Estúpidos! Preguiçosos! Palonços! Egoístas! Nunca mais!.