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É um tempo sombrio em que a defesa da paz fica resumida a Guterres e ao Papa, ambos sem poder, e a iniciativa da guerra é capturada não só pelos seus generais como por uma raivosa trupe de vingadores de sofá. Entendamo-los bem: eles estão a dizer-nos que a humanidade é um pseudónimo da barbárie e querem que nos habituemos à irracionalidade. A beleza da guerra, a estética do bombardeamento, a arte deve passar a ser a evocação do massacre, diziam os fascistas italianos nos anos vinte do século passado. Cem anos depois, deram drones, bombas de precisão e bolhas de ódio aos seus herdeiros e eles rejubilam ao usá-las.
Francisco Louçã
Expresso