quarta-feira, 30 de novembro de 2022

UMA CAMINHADA NO ROSSIO

Há dias, transeunte anónimo, caminhava despreocupadamente no Rossio lisboeta, e eis senão quando um daqueles empresários em nome individual que por lá pululam nos passeios, e que vendem óculos de sol e louro prensado a que dão o nome de hashish, me propôs a venda dos seus certificados produtos. Perante o meu desinteresse nas transacções comerciais sugeridas, o homem, insistente como qualquer bom vendedor capturado pela ideologia neoliberal, acabou a propor-me a venda de um pavilhão transfronteiriço amovível e a bom preço. Recusei, mas deixei-lhe uma janela de esperança. Disse-lhe: "Vamos esperar para ver se me calham uns estilhaços da 'bazucada' de euros que caminha para Lisboa, depois falamos." Ele ficou esperançoso e eu lá continuei a caminhada.