domingo, 6 de novembro de 2022

UM TSUNAMI DE DISPARATES

Como se continuasse no palco da web summit a dar um novo espectáculo deprimente, o presidente Sousa resolveu dar uma reprimenda e fazer uma ameaça à ministra da Coesão Territorial, em termos dignos de um professor da escola primária do tempo do Salazar. Nem o Cabeça de Abóbora (com os governos do Marcello Caetano), nem o Cavaco (com os governos do Sócrates) chegaram a tanto.

Depois de atitude tão compreensiva com a padralhada e bispalhada que, durante décadas, se dedicou aos abusos sexuais de crianças e jovens, e que a todos pareceu uma tentativa de branqueamento, o presidente Sousa, numa atitude que prefigura abuso de poder e coacção, resolveu dar um sermão a uma ministra, numa cerimónia pública. Inédito, vergonhoso, inadmissível, mesmo para quem, como é o meu caso, não nutre a menor simpatia pelo governo da troika do Rato.

Depois de tanta verborreia, bem podia o beato Marcelo vestir os hábitos de monge cartuxo e dedicar-se ao silêncio e à contemplação. Seria um alívio para todos.