"Como aconteceu durante a queda do Império Romano, os bárbaros vivem connosco: constroem redes de mentiras e teias de dinheiro sujo, encontram soluções fascistas para a crise, perseveram na destruição climática do planeta, privilegiam os voláteis capitais financeiros sobre os investimentos produtivos e os salários justos, orquestram a destruição e a ruína. Nós continuamos a parar as nossas atividades e a acorrer às portas da cidade à espera dos bárbaros, sem nos darmos conta que eles estão junto de nós.
Os bárbaros que se anunciam por todo o lado, de Trump a Meloni, de Le Pen a Bolsonaro, como portadores daquela "espécie de solução", que os líderes políticos romanos do poema de Kavafis (senado, imperador, cônsules e pretores) esperavam da barbárie, representam o lado mais espalhafatoso da decadência. A queda está a ser tecida pela nossa própria máquina social.
Mas, tal como sucedeu na queda do Império Romano, não será o fim da Humanidade! Apenas um ligeiro atraso de séculos..."