A partir dos anos 80, a dominação intelectual anglo saxónica acompanhou no nosso país uma reconversão cultural, que coincidiu com o fim da Revolução e com a viragem para o centro-direita que lhe foi subsequente. O Independente libertou a direita portuguesa do cheiro de sacristia nacional conservadora que era o seu caldo de cultura, enquanto as leituras francesas passaram a ser vistas com desprezo, como apanágio dos pobres "indígenas" que éramos, nos termos de Vasco Pulido Valente. Os anos 80 eram brilhantes e superficiais, mas inscreviam uma promessa de felicidade no discurso da direita, que contrastava fortemente com o culto da mediocridade e da pobreza da era de Salazar, culto retomado anos mais tarde pelo governo de Passos Coelho. "
Luís Castro Mendes (DN)
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