terça-feira, 23 de novembro de 2021

JORNALISMO, VEDETISMO, MISERABILISMO

No miserável panorama do actual jornalismo português, Clara de Sousa, apresentadora do Jornal da Noite, participante activa na missa semanal da extrema-direita oficiada por José Miguel Júdice, destacado militante do defunto ELP/MDLP, apresentadora do 'evento' Globos de Ouro (uma espécie de cerimónia de Óscares para pessoal das barracas), tudo programas da SIC, alcançou o estatuto de vedeta.

E foi à vedeta Clara de Sousa que a revista E/Expresso fez uma longuíííííma entrevista (com capa e sete páginas do caderno preenchidas por fotos em pose e declarações da vedeta). Espremida a prosa declarativa da jornalista Sousa, fica um monte de banalidades dignas de um qualquer concorrente do programa (também da SIC) 'Quem Quer Casar Com o Agricultor' ou do apresentadeiro João Baião. Uma miséria.

Dito isto, como agora está na moda dizer-se, acrescento que nada me move contra a senhora Clara de Sousa. Acontece, apenas, que já li memórias dos jornalistas Jean Daniel, Jean-François Khan, Jean-François Revel, Françoise Giroud, Madeleine Chapsal, entre outros, e tendo a fazer comparações entre a 'substância' destes e a inconsistência dos plumitivos portugueses. E essas comparações são devastadoras para os actuais jornalistas portugueses, em geral, e para as vedetas do jornalismo, em particular. Tenho pena, tenho muita pena, acreditem.