A autora chama-lhe biografia. Seja. É, em todo o caso, um fresco impressionante sobre os bastidores da monarquia espanhola que se reconstruiu sobre um milhão de cadáveres. É a exposição das zonas de sombra que a revista 'Hola' sempre esconde, é o pântano onde, como doenças crónicas e hereditárias, reinam a corrupção e a baixeza moral, escondidas atrás dos brasões e pintadas com o azul do sangue dos protagonistas. É a história macabra do período que vai do reinado de Alfonso XIII ao reinado de Juan Carlos, passando pelo período da governação do 'regente' Francisco Franco.
Lê-se como um romance de gangsters e elucida-nos sobre uma casta que se julga, por direito divino, dona de um território e dos povos que o habitam.
