sábado, 30 de janeiro de 2021

UM IMENSO ADEUS


 MORREU O TOUREIRO JOSÉ JÚLIO

Considerado um dos matadores portugueses mais completos, e extraordinário na sorte de bandarilhas, José Júlio partilhou praça com alguns dos mais destacados toureiros do seu tempo e cultivou muitos admiradores. Alves Redol dedicou-lhe uma célebre crónica no Diário de Lisboa, intitulada Sombra e sangue, publicada em 1960, depois de uma atuação em que o matador foi colhido, na Real Maestranza de Sevilha.

Da cumplicidade de José Júlio com Alves Redol passou à história o episódio em que o matador ajudou o escritor a viajar clandestinamente a Espanha, para se encontrar com «a memória» de Federico Garcia Lorca (1898-1936), à revelia do regime salazarista. Para conseguir fazer a viagem, Redol foi integrado entre os membros da quadrilha de José Júlio, fazendo passar-se por picador sobressalente, iludindo desta forma os fiscais da fronteira terrestre.