domingo, 13 de setembro de 2020

O CÓDIGO DE CONDUTA SÓ SE APLICA AOS MINISTROS DA CULTURA QUE PROMETEM CHAPADAS AOS CRÍTICOS?


 

"É uma bizarria", assume João Paulo Batalha

João Paulo Batalha, presidente da Associação Cívica Integridade e Transparência, afirmou que "não faz sentido" o apoio do primeiro-ministro e do presidente da Câmara de Lisboa a Luís Filipe Vieira, assumindo mesmo tratar-se de "uma bizarria".

"Já estou habituado a ver promiscuidades entre futebol e política, mas até eu estou perplexo com este caso. Isto é mau a três ou quatro níveis", assumiu, em entrevista à SIC Notícias, passando a explicar o seu ponto de vista. "António Costa e Fernando Medina são sócios do Benfica, tudo bem, têm o direito de votar, mas deviam abster-se de se envolverem na vida interna de um clube, ainda para mais numa eleição", começou por dizer.

"Há relações institucionais entre os cargos que ocupam e o clube em questão. Vieira convida pessoas para uma Comissão de Honra em função das funções que ocupam, da importância pública que têm. Vieira pediu emprestada a honra da Câmara Municipal de Lisboa e do Governo português para a sua candidatura. E eles aceitaram emprestar", justificou o presidente da Associação Cívica Integridade e Transparência.

João Paulo Batalha foi mesmo mais longe na sua apreciação lembrando os casos judiciais que envolvem Luís Filipe Vieira. "António Costa não devia participar num processo eleitoral de um clube e muito menos na defesa deste candidato, lamento muito. Luís Filipe Vieira não foi condenado por coisa alguma ainda - acho que o será, apenas, quando deixar de ser presidente do Benfica, é essa a tradição - mas, quando o primeiro-ministro vem dizer que é preciso apurar o que aconteceu no Novo Banco. Luís Filipe Vieira é um dos responsáveis pelo buraco de centenas de milhões de euros. E isso não impede o primeiro-ministro de integrar uma Comissão de Honra? Isto é bizarro. A não ser que Luís Filipe Vieira mande mais no país do que aquilo que nós julgamos", sublinhou. DN

AVIVAR MEMÓRIAS :

“Obviamente já recordei aos membros do Governo, que enquanto membros do Governo nem à mesa do café se podem deixar de se lembrar que são membros do Governo e portanto devem ser contidos na forma como expressam as suas emoções”, salientou António Costa. ( Visão 8.4.2016)