VIVA A LIBERDADE
Zurzida dia a dia, sempre, anos inteiros,
Caminha e vai de rosto erguido e teima
Mas nunca aceita como atroz lástima
Esse chicote que da mão dos embusteiros
Lhe bate, a Liberdade desses baderneiros
Ri, resiste e vai em frente, magnânima
Nunca perde ou baixa a auto-estima
Ante embriagados, reles taberneiros!
Há quarenta e seis anos, foi em Abril,
Rasgou a barriga prenha de um cravo
E fez de um povo triste, quase escravo,
Livre; em plena Primavera houve beijos mil,
Mulheres, crianças, homens mais felizes
Bordou a liberdade, pintora de matizes!