sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

LAVANDARIA INTERNACIONAL DO FUNCHAL

PJ suspeita que o Banif lavou 1,4 mil milhões de euros durante 10 anos


Já passaram quase cinco anos desde que a PJ e o Ministério Público começaram a investigar um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro alegadamente feito pelo Banif. Esta é uma história que junta a multinacional brasileira Odebrecht, a operação Lava Jato, relatos de delatores, dezenas de offshores e escutas telefónicas
"Veio a apurar-se que entre 2005 e 2015 houve clara utilização, por terceiros, de contas bancárias sediadas no Banco Internacional do Funchal – Banif, como contas de passagem (uma mesmo como ‘dormant account’) [conta sem movimentos durante longos anos e com dinheiro não reclamado pelos titulares] de valores elevadíssimos entre várias empresas internacionais e centros offshore", garantia o relatório da Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária (PJ) enviado em agosto de 2015 ao então diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Amadeu Guerra.
"Operações Suspeitas" foi o título escolhido pela Judiciária para o documento confidencial que chegou à secretária do procurador que mandava naquele departamento do Ministério Público (MP) especializado em criminalidade complexa e violenta. Na nota introdutória salientava-se que a inusitada descoberta tinha ocorrido após o Banif ter comunicado voluntariamente, apenas um mês antes, várias operações suspeitas de branqueamento de capitais. E que logo depois se tinha avançado para o bloqueio preventivo de três transferências financeiras suspeitas destinadas a contas em nome de offshores alegadamente controlados pela multinacional brasileira Odebrecht, envolvida no caso Lava Jato.
Sábado