quarta-feira, 23 de outubro de 2019

SUGESTÃO




O LIVRO
Os livros podem mudar um país ou contribuir para pôr fim a uma ditadura? Portugal assistiu desde os finais dos anos 60 e após a queda da ditadura em 1974 a um forte incremento da edição política. Parte de um movimento cultural e político mais amplo, este boom editorial tinha, numa primeira fase, um carácter oposicionista, revelando depois a libertação política e cultural decorrente do fim da opressão.
Ao longo deste processo, surgiram inúmeras editoras com um cunho claramente político-ideológico. Muitas delas tinham vínculos a partidos; outras, a distintos sectores da sociedade como os católicos progressistas, a grupos de direita ou a outros sem vinculação política específica, respondendo, assim, as editoras aos anseios de informação e formação de grande parte dos portugueses.
Desta forma, a edição reflectiu o pensamento e as propostas de cada um dos agrupamentos políticos e sociais, proporcionando canais de expressão que contribuíram decisivamente para tornar Portugal num país mais livre, mais moderno e mais justo.

O AUTOR
FLAMARION MAUÉS
Doutor em História pela Universidade de São Paulo, professor no Instituto Federal de São Paulo e membro associado do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.
Autor de várias obras, integra o Grupo de Pesquisa Censura a Livros e Ditadura Militar no Brasil, o Grupo de Pesquisa de Livros e Outras Mídias e o Núcleo de Estudos do Livro e da Edição.