terça-feira, 7 de maio de 2019

A IDADE DA REFORMA


Às vezes, um idoso falece, e é pena. É pena deixarmos de poder usá-lo no mercado de trabalho. Talvez consigamos mudar essa circunstância infeliz se pudermos guardá-lo para peças. Um trabalhador de 150 anos que morra com um fígado ainda em estado razoável pode fornecê-lo a um trabalhador cinco ou 10 anos mais novo. É um modo de, ainda que através de uma víscera, o trabalhador falecido poder continuar a contribuir para o progresso económico do País. Dirão que sou um sonhador, mas se aquele fígado continuar a descontar para a Segurança Social, depois de três ou quatro transplantes para trabalhadores mais novos poderá desfrutar de uma merecida e digna reforma, na companhia dos que mais ama, dentro de um boião de formol.

Ricardo Araújo Pereira
Visão

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