terça-feira, 23 de abril de 2019

25 DE ABBRIL, AGORA E AMANHÃ- 2019, PARA ZECA AFONSO QUASE NOVENTA ANOS DEPOIS

VIVA A LIBERDADE
Não te chamo liberdade, mãe tirana
Quando me cantaste ainda era menino:
- juraste, sim, prender-me em filigrana
Nessa tua doce voz de cante sibilino


Antes de dormir, bem doce, humana,
Ternamente o teu mel corria anódino
Da tua boca fechando-me a pestana
Até adormecer e acordar como um felino!


Estou encarcerado em ti há muitos anos,
Quebro as grades mas já não sei fugir...
Ah! Benditas, são de aço e os desenganos


Que não existem mais mas os verdugos
Pensam que lhes minto ou brinco a fingir
                  Amarrando-me sob vis, minazes jugos......................
.............................
Das enxovias sou, faz muitos anos
E os férreos grilhões já são banalidade!
Estou encarcerado, jungido em liberdade,
Ainda que eu viva, agora neste instante!
O  futuro não trará mais desenganos,
Sê-lo-á belo com toda a humanidade,
Água a jorrar, limpida da fonte

Libertária, de flores, sem peias e sem amos!

Daniel Nobre Mendes