sexta-feira, 15 de março de 2019

OS JUÍZES COM JOANETES NO CÉREBRO

Dá-se um pontapé numa pedra e salta um juiz Neto de Moura. Há assuntos jornalísticos que estão debaixo dos nossos olhos e não os vemos. Em pleno clamor nacional contra os considerandos polémicos incluídos nos acórdãos do famoso juiz do Porto, nomeadamente “o estranho caso da mulher adúltera” e o “pulseira eletrónicagate”, eis que já se proclamava que o seu caso é uma exceção, e que aquele tipo de acórdãos não representa a regra, na nossa magistratura. Perante isto, coçámos a cabeça e dissemos: “Hum...” Pois. Afinal, não é bem assim. Uma semana de intensa pesquisa dos jornalistas Sílvia Caneco e Pedro Raínho foi o suficiente para que se descobrissem dezenas de casos similares, de acórdãos retrógrados, preconceituosos, insultuosos da inteligência ou simplesmente contrários ao mais básico senso comum, que proliferam alegre e impunemente por essas barras dos tribunais fora, em todo o País. Caso para se pensar que o 25 de Abril nunca chegou à Justiça… Do caso da criança de 7 anos penetrada no ânus por ter “facilitado”, ao pedir boleia de bicicleta ao violador, à pena atenuada pelo facto de outro violador ter tido a consciência de usar preservativo, há de tudo. 
Filipe Luís
AnteVisão