terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

EIS O TOMÁS. NÃO FAÇAS O QUE ELE DIZ, NEM FAÇAS O QUE ELE FAZ!

De uma certa forma, o Montepio é um segundo Espírito Santo. Não na gravidade ou nas consequências, pelo menos do que se sabe, mas no que revela do país. Toda a gente medianamente informada sabe há muito tempo quem é Tomás Correia. Toda a gente sabe o que ele anda a fazer há anos na maior mutualista nacional e o que antes andava a fazer no seu banco. Isso é dito e escrito sem sequer haver uma reação indignada do visado. Mesmo assim, o homem vai a votos e ganha. Mesmo assim, antes de ir a votos, consegue o apoio de uma lista impressionante de políticos, intelectuais e artistas que criaram uma relação de dependência com o Montepio e acham que isso os coloca em dívida com o seu presidente.
Não foi um apoio qualquer: sabendo tudo o que sabemos hoje, porque Tomás Correia já estava acusadíssimo, integraram a sua lista Maria de Belém, Jorge Coelho, Luís Patrão, Idália Serrão e Vítor Melícias. E apoiaram a sua candidatura Carlos Zorrinho, Lacerda Machado, João Soares, João Matos Correia e Edmundo Martinho. Como escrevi depois das eleições internas, o BPN era um negócio do PSD com um cheirinho de PS, o Montepio é um negócio do PS com um cheirinho de PSD. E até Maria das Dores Meira, presidente da Câmara de Setúbal, do PCP, se juntou à festa – no que, diga-se com justiça, se distanciou dos restantes membros do seu partido que se envolveram nas eleições do Montepio e estiveram com a oposição.
Daniel Oliveira
Expresso