sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O TRABALHINHO DOS VERMES

Dois anos depois de ser condenado por violação de segredo de Estado, acesso a dados pessoais e devassa da vida privada, o ex-espião das Secretas Jorge Silva Carvalho quebra o silêncio para revelar alegados segredos dos Serviços de Informações de Segurança (SIS).
As páginas do livro "Ao Serviço de Portugal" que acaba de lançar contam, de acordo com a revista Sábado - que desenvolveu uma investigação à volta das revelações da obra -, "histórias de operações ilegais, pressões políticas, escutas e acessos a faturação detalhada de jornalistas".



Entre os episódios selecionados pela revista, constam histórias como a de uma alegada operação secreta em que vários operacionais do SIS terão entrado no PSR (um dos partidos fundadores do Bloco de Esquerda) para retirar as fichas de inscrição dos militantes, que terão sido devolvidas depois de fotocopiadas, sem que o partido desse conta do seu desaparecimento temporário.
De acordo com a publicação, o ex-espião faz também referências a "alegados interesses diretos de José Sócrates", contando um episódio que envolve "uma empresa portuguesa a construir uma instalação petrolífera" na Argélia, que poderá estar relacionada com uma sociedade do grupo Lena (apesar de o nome não ser referido explicitamente).
Silva Carvalho conta que chegaram ao SIRP avisos das autoridades argelinas sobre a segurança dos trabalhadores da empresa que se deslocavam para zonas perigosas longe da obra, ignorando os problemas a que estariam sujeitos, "nomeadamente raptos pela Al-Qaeda do Magrebe".
O ex-espião avança que apesar de os argelinos não verem necessidade de enviar uma equipa de espiões portugueses para o terreno, Júlio Pereira, magistrado do Ministério Público, terá insistido nessa atuação pelas ligações de José Sócrates à empresa.
TSF