quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A BOMBA ATÓMICA DO RIDÍCULO

Santos Silva foi, sucessivamente, ministro da Educação, da Cultura, da Defesa (tal como o amigo demissionário) e, por fim, dos Estrangeiros. Já Azeredo transitou de tutor político da Comunicação Social para tutor político das Forças Armadas, com passagem pela chefia de gabinete do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, sempre com um sentido de adaptação e metamorfose típico de um apparatchik — cujo modelo é, precisamente, Santos Silva —, pronto a abraçar qualquer função governativa. Só que esta elasticidade, aparentemente tão prezada por António Costa, se presta também a escorregadelas mais ou menos espectaculares em terrenos movediços como é o das Forças Armadas. E Azeredo não resistiu ao impacto dessa bomba atómica do ridículo que foi a novela de Tancos — que o atingiu em cheio como ministro, assim como às chefias militares e aos diversos actores dessa novela, desde o(s) autor(es) do crime aos seus encobridores e cúmplices, chegando alguns deles a reivindicar uma actuação concertada “em nome do interesse nacional”.

Vicente Jorge Silva
Público