quinta-feira, 1 de junho de 2017

O RIDÍCULO QUE NÃO MATA E ATÉ AJUDA MUITO OS 'IRMÃOS' NOS CAMINHOS DO SUCESSO

"Numa pequena sala do 2º andar do Palácio do Grande Oriente Lusitano, no Bairro Alto, em Lisboa, está guardado um caixão verdadeiro, em madeira escura, preto e revestido a papel. Está ali, encostado à parede,  e é usado nas sessões do Grande Oriente Lusitano (GOL) onde os 'irmãos' que passam ao núcleo mais importante fazem um juramento de lealdade e recebem o título de 'mestre'. De fato, gravata e avental, mas sem as luvas habituais, o maçom é colocado num caixão com um pano preto por cima e durante o ritual fica a perceber porque é que é importante guardar segredo e nunca cometer traição. Em tempos, estiveram ali ditados homens que ocuparam os lugares mais importantes do país, como o antigo presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos, ministros e secretários de Estado, como António Vitorino e Vitalino Canas, do PS, Rui Gomes da Silva, do PSD, ou antigo presidente do Tribunal Constitucional, Luís Nunes de Almeida."
(...)
"Depois de aprovado, o maçom é chamado para ser iniciado.
Tudo começa numa das duas salas de reflexão que existem no palácio do GOL, junto aos templos, no 2º piso. São dois cubículos, negros, onde ficam sentados à espera, rodeados por uma vela acesa, pão, água, uma caveira, uma ampulheta e três recipientes com mercúrio, enxofre e sal, materiais que os maçons usam como símbolos. Em tempos, colocavam-se ali tíbias reais que vinham das valas dos cemitérios. E as caveiras usadas também eram crânios de seres humanos. Hoje em dia, as tíbias deixaram de ser utilizadas e as caveiras passaram a ser de plástico. Ao fim de algum tempo, pode ser uma ou mais horas, o candidato é levado para um dos templos. Aí, despem-lhe uma parte da camisa, ficando nu na zona do coração, arregaçam-lhe as calças da perna direita e descalçam-lhe o pé esquerdo. Uma corda é-lhe colocada à volta do pescoço e põem-lhe uma venda nos olhos. O líder do grupo coloca-lhe uma espada junto ao peito e faz-lhe perguntas, enquanto lhe vai explicando que a espada serve 'para castigar o perjúrio' e é 'o símbolo do remorso que rasgará o seu coração se se tornar traidor à fraternidade em que pretende ser admitido'." 

Catarina Guerreiro
E / Expresso