(...)
Em Portugal, no - à época - principal jornal económico do país, assisti a um diretor que entrava pela redação e mandava os jornalistas a recibo verde fugir pelas escadas de incêndio, porque estava a entrar no edifício uma inspeção de trabalho. O mesmo diretor, que mais tarde foi trabalhar para a PT, sempre que uma pequena revista do mesmo grupo escrevia um artigo crítico sobre a PT aparecia, esbaforido, a dizer que assim não dava, que íamos ter problemas. E os problemas vieram: a pequena mas rentável revista foi fechada e todos os jornalistas despedidos. Ricardo Espírito Santo Salgado queixara-se à administração por a revista retratar os banqueiros "como se fôssemos vigaristas". E que, se a revista continuasse, tirava a publicidade aos outros jornais do grupo. O jornalismo crítico vende pouco em Portugal."
Miguel Szymanski
DN
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