Comandos ignoraram ordem para suspender curso fatal
General mandou parar prova dos Comandos mas esta prosseguiu na manhã seguinte. Instrutores incorrem num crime de insubordinação por desobediência.
O comandante das Forças Terrestres, general Faria Menezes, ordenou a paragem dos exercícios da instrução da chamada Prova Zero, após a morte de Hugo Abreu. O chefe militar não queria que estes continuassem na manhã de 5 de Setembro, mas a ordem não foi cumprida e a prova continuou.
De acordo com uma fonte ligada à investigação, o comandante das Forças Terrestresdirigiu-se efectivamente ao Campo de Tiro de Alcochete assim que lhe foi transmitida a informação da morte de Hugo Abreu e, no local, decidiu cancelar toda a instrução prevista para o dia seguinte o que, segundo realça numa carta entregue recentemente às autoridades judiciais, resultaria “no encerramento definitivo da Prova Zero”.
A confirmar-se toda a informação transmitida aos investigadores, os militares responsáveis pela continuação da instrução incorrem no crime de insubordinação por desobediência do Código de Justiça Militar, que prevê uma pena entre um a quatro anos de prisão, nas circunstâncias relatadas, ou seja, “em tempo de paz e em presença de militares reunidos”. Cinco oficiais e dois sargentos estão já indiciados pelo Ministério Público por crimes de abuso de autoridade por ofensa à integridade física, um crime estritamente militar.
Público