quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

ABRIR PORTAS A UM NOVO INQUÉRITO

O processo dos submarinos foi arquivado há dois anos, mas Ana Gomes afirma que há dados novos, revelados nos “Panama Papers”, que justificam que se volte a olhar para o caso. A eurodeputada defende que a Procuradoria-Geral da República deveria reabrir o processo e quer levar a investigação também para o Parlamento Europeu. A socialista propôs, esta semana, que a Comissão Parlamentar aos “Panama Papers” — de que é vice-presidente — estude o que considera ser “um caso de corrupção de alto nível” a envolver dois Estados membros, Portugal e Alemanha.
Ana Gomes afirma que falta ainda revelar quem foram os beneficiários de cerca de 10 milhões de euros, de “luvas pagas pelos fornecedores alemães”, no negócio dos submergíveis adquiridos pelo Estado português. Defende que as revelações recentes podem ajudar a seguir o rasto do dinheiro que foi transferido para um Fundo nas Bahamas — o FELLTREE Investment Fund. A transferência terá sido feita pela ESCOM, uma empresa de consultoria que pertencia ao Grupo Espírito Santo e que representava o consórcio de fornecedores alemães.
Durante a investigação, o Ministério Público português nunca conseguiu a cooperação das autoridades das Bahamas para esclarecer detalhes. “Graças aos ‘Panama Papers’, hoje sabe-se que o FELLTREE Fund nas Bahamas é detido por um FELLTREE Fund no Panamá”, explica a eurodeputada, acrescentando que os acionistas pertencem a “uma companhia de advogados na Suíça, que atuam como intermediários e que ofuscam os beneficiários últimos”.
EXPRESSO