O Assis que há
Assis sente-se atacado de eczema com a actual solução governativa. 01.06.2016 01:45 A proxima-se o congresso do PS e Francisco Assis, socialista envergonhado ou, à escolha, desavergonhado, volta ao realejo das suas lamúrias. Há certa comunicação social sempre aberta a recolher, pressurosa e solícita, afirmações abjuratórias. Bernard Shaw já descreveu o tipo e as circunstâncias que o procriam, num texto hilariante de crítica e abominação. Nada de novo, assim como de novo nada naquilo que o Assis diz e deseja. Os filisteus não são de agora e os aparentemente mais poderosos estão sempre dispostos a ceder o prato de lentilhas. Assis acalenta o desejo de o PS se fundir com o PSD, subalternizando-se aos maneios da Direita, e constituir um partido imbatível, que domine Portugal por mil anos. Os outros partidos seriam facilmente hegemonizados, os sindicatos liquidados, a Imprensa alimentada a uma só voz (em Portugal está quase), os salários tabelados consoante os interesses patronais; enfim um corporativismo autoritário, como em tempos não longínquos. O Assis sente-se atacado de eczema com a actual solução governativa. Coça-se até sangrar. Anticomunista protozoário, é um senhorito de outro tempo, irascível e de péssimo trato quando as coisas não estão a seu bel-prazer. As declarações prestadas não constituem sinais de um combate político, referências de um debate ideológico, princípios doutrinários de uma alternativa política, social e cultural. Nada disso. A cegueira deste indivíduo indu-lo a admitir como justas as políticas que levaram o País à miséria e ao sofrimento. Nada propõe, indica ou sugere na sua execração a António Costa. Apenas o odeia. Ele é outro dos «inimigos do Interior», que não esconde os desígnios de poder e cobiça de peralvilho, indiferente às consequências nefastas para a democracia e o nosso modo de viver, notoriamente a melhorar. Ele não é ignorante nem desinformado. É, pura e simplesmente, Francisco Assis.
Baptista-Bastos
CM.