sexta-feira, 18 de março de 2016

O BEIJA-MÃO

Por cortesia ou em exibição de aristocrática educação, pode Marcelo Rebelo de Sousa beijar a mão a todas as damas da Casa de Bragança ou, mesmo, a todas as tias de Cascais e arredores dignas de fotografia na revista 'Olá' que ele tão distintamente dirigiu. Pode o beato Marcelo Rebelo de Sousa beijar o anel de todos os bispos, cardeais e papas que se lhe atravessem no caminho, se entender que isso ajudará a sua subida ao Céu.  
Mas o Presidente da República portuguesa, em visita oficial, deve despedir-se do Chefe do Estado do Vaticano com um portuguesíssimo e digno 'bacalhau'. O beija-mão é um acto simbólico de sujeição só tolerável no tempo dos afonsinhos. E esse tempo, como sabemos, já lá vai.