quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

PRESIDENCIAIS

"Apenas duas semanas depois da remodelação, no dia 17 de abril de 1969, rebenta a crise académica em Coimbra (...) 
As repercussões em Lisboa são enormes. Dois meses antes, a 14 de fevereiro, a Faculdade de Direito de Lisboa já tinha sido invadida pela PSP e devidamente fechada. No dia 1 de maio, a Faculdade de Direito de Lisboa volta a ser encerrada - assim como Letras, Medicina e Farmácia - para conter a contestação estudantil.
Marcello Caetano está fora. Só quatro ou cinco dias depois da crise académica rebentar é que regressa do seu périplo por África, onde passa por Moçambique e é recebido por Baltazar e Maria das Neves. Neste contexto de grande agitação académica, Marcelo Nuno participa nas manifestações públicas de apoio à ditadura. Quando Caetano aterra em Lisboa, o estudante suporta-o nas manifestações de desagravo convocadas para saudar a chegada do chefe do Governo das colónias. Ele estará presente numa manifestação de jovens apoiantes do marcelismo, de sinal contrário à contestação estudantil contra a ditadura. É Caetano quem o sublinha na sua primeira missiva a Baltazar depois do regresso de Moçambique:
O Marcelo Nuno esteve aqui a jantar na 4ª feira. Seguiu tudo [sobre a visita a África], esteve na minha chegada ao aeroporto e na manifestação da gente nova em frente da minha casa. Achei-o com excelente aspeto e em ótima forma."

Extracto