terça-feira, 23 de junho de 2015

DE OUTROS

No verão de 2013 a revista "Forbes", conhecida pela publicação de listas de milionários, publicou uma reportagem sobre Isabel dos Santos. Contava-se a história da mulher a quem o seu pai, Presidente de Angola, garantiu uma extraordinária fortuna à custa de acesso facilitado a negócios com o Estado e aos recursos do país.
Não eram revelações bombásticas. Era mesmo a dizer que a rainha ia nua. Aquilo que toda a gente sabe mas, por um mistério fácil de deslindar, quase ninguém escreve: Isabel dos Santos nunca foi empresária. É apenas fiel depositária do pecúlio que resulta do assalto da elite político-militar aos recursos do seu próprio país. Não houve empreendedorismo, concorrência, risco. Nada. Apenas a vantagem de ser filha do chefe de Estado. Uma coisa que salta de tal forma à vista que insulta a inteligência de todos observar como a senhora continua a ser tratada como se de facto o dinheiro com que compra metade de Portugal fosse dela. É dos angolanos. Aqueles que continuam a viver numa indesculpável pobreza.
Daniel Oliveira
Expresso