sexta-feira, 22 de maio de 2015

DE OUTROS

O lixo

Há anos que a televisão (pública e privada) nos dá uma dieta diária de toda a espécie de crimes. Não há limite à violência que se julga própria para o nosso aprimoramento moral: de novos sobre velhos, de velhos sobre novos, de velhos sobre velhos, de novos sobre novos. A conversa sobre a necessária defesa das mulheres, sobre o “bullying” ou outras formas de barbaridade — uma conversa que nunca é coerente e nunca leva a nada — só serve para explicar que a televisão se tenha ultimamente convertido num emissor de lixo sem desculpa, nem sentido. De resto, além do crime, existe ainda o acidente, qualquer acidente, desde que apareçam imagens de sangue, desespero e destruição. E, quando não se encontram em Portugal, não faltam por esse mundo calamidades para encher o tempo.
Vasco Pulido Valente
Público