sexta-feira, 17 de abril de 2015

DE OUTROS

«Pior ainda: no meio da sua preocupação com o bem-estar dos portugueses (que, aliás, morrem no desemprego e na miséria) e do seu amor ao viçoso crescimento da nossa querida juventude, o Estado permite a ascensão e a influência das “mocidades” partidárias. Um menor está impedido de comprar tabaco, de beber álcool, de se casar sem a autorização dos pais. Desde os 14 anos não está, em contrapartida, impedido de escolher qual o regime que melhor convém à sua doce pátria e as políticas mais capazes de a salvar e modernizar. Para essas actividades menores, nem o Governo, nem os partidos o consideram irresponsável ou inepto. Depois de beber o seu leitinho ou a sua limonada sob a vigilância da polícia e provar (com testemunhas) que nunca comprou um único cigarro, a criancinha irá daqui em diante pastorear o povo no exercício dos seus plenos direitos.»
Vasco Pulido Valente
Público